‘Ninguém nasce mulher, mas se torna mulher’
Símbolo da mulher liberada, os relacionamentos não convencionais de Simone de Beauvoir inspiraram e escandalizaram sua geração.
Filósofa, escritora e ícone feminista, ela ganhou prêmios literários de prestígio e transformou a maneira como pensamos sobre gênero e sexo com o livro O segundo sexo. Mas, apesar de todo o seu sucesso, ela se questionava se havia recebido o crédito que, de fato, acreditava merecer. Afinal, por conta de seu lendário caso de amor com o filósofo Jean-Paul Sartre, muitos consideravam que suas opiniões não eram tão genuínas assim – simplesmente inspiradas nas ideias do pai do existencialismo.
Muito já se escreveu sobre Simone mas esta nova biografia traz um material inédito, só disponibilizado em 2018, que joga luz sobre essas questões: as cartas que trocou com seu último amante, Claude Lanzmann. Através dessas cartas e de outros diários recentemente encontrados, a filósofa Kate Kirkpatrick mostra a engenhosidade do pensamento da escritora e a importância de seus outros amantes. Este livro também reforça os princípios éticos e morais de Simone e como eles se transformaram em posições políticas depois da guerra. E, claro, não faltam passagens sobre como ela ajudava as jovens que a procuravam pessoalmente ou através de cartas. Não é à toa que, em seu funeral, a multidão gritava frases como: ‘Mulheres, vocês devem tudo a ela!’.
Kate conta a fascinante história de como Simone de Beauvoir se tornou ela mesma. Aliás, a própria Simone dizia:
‘Ninguém nasce mulher, mas se torna mulher’.
Circa l’autore
Kate Kirkpatrick cursou Filosofia e Teologia na Universidade de Oxford, na Inglaterra, onde também fez seu doutorado focado em Sartre. Ainda em Oxford, deu aulas sobre o
feminismo e a filosofia de Simone de Beauvoir. Foi editora de livros e atualmente divide seu tempo como professora de Filosofia e Cultura no King's College, em Londres; e como escritora, tendo publicado diversas obras sobre Beauvoir e Sartre.