A apologia da ‘aprendizagem ao longo da vida’ surge em documentos de agências internacionais, da União Europeia e de diversos governos. A partir do lema ‘aprender para ganhar’, insiste-se na adaptação funcional de cada indivíduo aos imperativos da economia, empregabilidade, flexibilidade e competitividade, no quadro da ‘sociedade da aprendizagem’ e da ‘economia do conhecimento’. Políticas educacionais de índole pedagogista, que partem da crença de que a educação pode tudo, têm contribuído, contraditoriamente, para subordinar a educação à competitividade e à aquisição de habilidades economicamente valorizáveis, segundo padrões restritos de utilidade.
Circa l’autore
Licínio C.Lima é professor catedrático do Departamento de Ciências Sociais da Educação, do Instituto de Educação da Universidade do Minho, em Portugal. Foi professor convidado e dirigiu cursos e seminários em várias universidades no Brasil e na Europa. Integra várias associações científicas e educativas, nacionais e internacionais, e foi membro fundador do Fórum Mundial de Educação, da Sociedade Europeia de Investigação em Educação de Adultos, do Instituto Paulo Freire de Portugal, da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação e do Fórum Português de Administração Educacional. Em 1993 recebeu o Prêmio Rui Grácio, instituído pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian. É autor, coautor e editor de numerosas obras, publicadas em treze países e em seis distintas línguas, incluindo mais 30 de livros. Pela Cortez Editora publicou: ‘A Escola como organização educativa – uma abordagem sociológica’ (2011, 4ª ed.), ‘Educação ao longo da vida – entre a mão direita e a mão esquerda da Miró’ (2007), ‘Aprender para ganhar, conhecer para competir – sobre a subordinação da educação na ‘sociedade da aprendizagem” (2012).