O conselheiro Vale morreu às sete horas da noite de 25 de abril de 1859. Morreu de apoplexia fulminante, pouco depois de cochilar a sesta segundo costumava dizer , e quando se preparava a ir jogar a usual partida de voltarete. Este poderia ser mais um anúncio comum de obituário, mas para a jovem Helena foi um terremoto que assolou sua vida e mudou seu mundo. Narrado em terceira pessoa, este romance machadiano ambientado durante o século XIX traduz as surpresas e desgraças de um amor proibido.
Circa l’autore
Joaquim Maria Machado de Assis é um dos maiores escritores da língua portuguesa de todos os tempos. Considerado o pai do Realismo brasileiro, cujo marco inicial é seu romance Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), o autor tem importância fundamental na constituição da literatura brasileira. Nascido em 1839, no Rio de Janeiro, pobre, descendente de escravos, gago e epilético, saiu de casa aos 16 anos, quando começou a trabalhar em jornais na capital carioca como aprendiz de tipógrafo. No emprego, conheceu Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias. Sua primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A mão e a luva, Helena e Iaiá Garcia, onde notam-se características herdadas do Romantismo, ou ‘convencionalismo’, como prefere a crítica moderna. Em 1897, fundou a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou o posto de presidente por dez anos. Machado deixou como legado uma obra de valor incalculável.