Acontecimento formidável de 4 de junho, cujas consequências tiveram um efeito ainda mais profundo do que a guerra nas relações entre as duas grandes nações ocidentais, originou, de cinquenta anos para cá, uma profusão de livros, memórias, estudos, relatos verídicos e narrativas fabulosas. Testemunhas oculares relataram suas impressões. Jornais reuniram seus artigos em volumes. Cientistas publicaram suas pesquisas. Romancistas imaginaram tragédias desconhecidas. Poetas cantaram. E, daquele trágico dia, não resta detalhe algum na sombra, nem dos dias que o precederam nem daqueles que o sucederam, tampouco de todas as reações morais ou sociais, econômicas ou políticas, pelas quais, ao longo do século XX, esse dia ecoou nos destinos do mundo.
Circa l’autore
Romancista francês, Maurice Leblanc nasceu em Rouen, em 1864, filho de um abastado comerciante de carvão. Ainda jovem, mudou-se para Paris, para dedicar-se à escrita; estudou direito e trabalhou como jornalista. Em 1901 escreveu L’Enthousiasme, romance autobiográfico. Logo entrou para o círculo da literatura parisiense, do qual faziam parte Stephane Mallarmé e Alphonse Allais. Em 1905 criou o personagem Arsène Lupin, frequentemente descrito como um homólogo francês da criação de Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes. Leblanc era um socialista radical e livre-pensador e buscou inspiração para seu famoso personagem no anarquista Marius Jacob, que realizou 150 assaltos que lhe renderam 23 anos de prisão. Leblanc morreu em Perpignan, França, em 1941.