Mikhail Lérmontov foi um poeta e romancista russo, sendo considerado um dos mais importantes representantes do romantismo da literatura da Rússia. Oficial de um regimento da Guarda, foi deportado para o Cáucaso por duas vezes, sendo uma das deportações causada pelo mal-estar de um poema famoso seu, sobre a morte de seu mestre Puchkin. Morto aos 27 anos de idade, também como Puchkin, em um duelo, não pôde demonstrar em plenitude todo o seu gênio literário. O Herói do Nosso Tempo é o único romance publicado pelo jovem escritor Lermontov sendo um livro essencial para compreender a passagem do Romantismo para o Realismo na Literatura Russa. É composto por cinco narrativas com um protagonista comum, Petchórin, um jovem oficial russo desiludido com a vida e o gênero humano, que descreve a sua própria alma como meio morta e a felicidade como a capacidade de exercer poder sobre os outros. As cinco histórias se desenvolvem, revelando-se e ocultando os seus contornos, para ressurgindo com novas perspectivas de modo fascinante. O Herói do Nosso tempo é uma obra imperdível e faz parte da famosa coletânea 1001 livros para ler antes de morrer.
Circa l’autore
Mikhail Iúrievitch Lérmontov (1814 — 1841) foi um poeta e romancista russo. Liermontov foi, juntamente com Pushkin e Fiódor Tiútchev, um dos mais importantes representantes do romantismo da literatura da Rússia. Muito jovem, ligou-se a Puchkin e deixou-se influenciar por Byron. Oficial de um regimento da Guarda, foi deportado para o Cáucaso por duas vezes, sendo uma das deportações causada pelo mal-estar de um poema famoso seu, sobre a morte de seu mestre. Morto aos 27 anos de idade, também como Puchkin, em um duelo, não pôde demonstrar ao mundo todo o seu gênio literário. Mikhail Lermontov é considerado o Byron russo. Seguiu o roteiro do mito romântico: fim prematuro e trágico num duelo aos 27 anos. Acontecimento que só engrandeceu sua figura depois de descobrir-se àquela altura que jovem já havia deixado uma obra deslumbrante mas ainda em desenvolvimento e o exemplo de uma vida irreverente, desmedida. Depois da morte de Púchkin, também num duelo, esse cantor do individualismo acusou dessa perda a corte czarista. Não foi uma acusação formal, foi um poema. Um poema que custou a Lermontov a condenação ao seu primeiro desterro no Cáucaso, na Sibéria do sul. O escritor torna-se mais um a integrar a grande lista de escritores russos que sofreram com a censura e a represália. Para o Cáucaso do Norte, o império russo impôs sua expansão a sangue e fogo. Sua paisagem montanhosa, o cenário ideal para o mal-estar romântico, constituía também um lugar de encontro com a alteridade muçulmana e era um espaço de liberdade para os banidos da corte. Como se sabe, o conflito no Cáucaso permaneceu latente na época pós-soviética. Inúmeros livros e textos dão conta desse período.