‘Era o final dos anos 80, e tudo isso era normal. Pessoas levavam a filha das outras para casa sem avisar, crianças passeavam na caçamba dos carros, ninguém usava cinto de segurança, ansiedade era coisa que se curava com chinelada e/ou benzedura. E o mais maluco de tudo: existia uma bala assassina, a terrível e deliciosa bala Soft.’
Nesse universo tão real quanto imaginativo, Natalia Borges Polesso apresenta duas histórias que trazem um olhar sensível sobre a passagem da sua própria infância para a adolescência. A relação com o irmão mais novo, o possível divórcio dos pais, os afetos pelas amigas e até a melhor forma de manejar um tchaku: tudo pode rapidamente se transformar em dilemas e inseguranças. À medida que as situações vêm à tona, a pequena Natalia vai descobrindo que compreender sentimentos é tatear no escuro e que aprender a tratar das próprias complexidades pode ser justamente o que faz ecoar a individualidade.
Circa l’autore
Natalia Borges Polesso nasceu em 1981. É escritora e tradutora, tendo livros publicados em diversos países, como Argentina, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido. Ganhou e foi finalista de diversos prêmios, como o Prêmio Jabuti, o Prêmio São Paulo de Literatura, o Prêmio Açorianos de Literatura e o Prêmio Minuano. Entre seus títulos publicados, estão Recortes para álbum de fotografia sem gente (2013), Amora (2015), Controle (2019), Corpos secos (2020) e A extinção das abelhas (2021).