O relato freudiano do caso conhecido como o Homem dos Lobos está entre os mais célebres da história da psicanálise. Nele Freud relata a análise de um jovem adulto neurótico cuja doença teria se originado numa psiconeurose infantil derivada de perturbações sexuais no segundo ano de vida. Embora escrito após o término de mais de quatro anos de análise, o que vemos aqui é praticamente um work in progress psicanalítico. Como outros relatos de casos clínicos, serve como exemplo prático das teorias e das descobertas freudianas, conferindo-lhes corpo e robustez e estabelecendo conceitos como o de sonho, fantasia primitiva, recalque e construção em análise.
Circa l’autore
Sigmund Freud nasceu em Freiberg, na Morávia (hoje República Tcheca). Devido a problemas econômicos, sua família se mudou para a Aústria em 1860. Aos 17 anos, Freud ingressou na Universidade de Viena para estudar medicina. Em 1886, se casou com Martha Bernays e abriu uma clínica especializada em distúrbios nervosos, onde desenvolveu o princípio da psicanálise. No ano de 1900, foi designado professor na mesma universidade. Em 1938, refugiou-se com sua família em Londres, em função da perseguição nazista. Depois de sofrer dezenas de intervenções cirúrgicas devido a um câncer de palato, Freud faleceu, em 1939. Entre suas obras mais conhecidas se encontram ‘A interpretação dos sonhos’ (1900), ‘Totem e tabu’ (1912) e ‘O ego e o id’ (1923).