Edição comemorativa dos 500 anos da Utopia! Bilíngue e com capa dura, é a primeira tradução brasileira da obra feita diretamente do latim.
Com a publicação da Utopia, em 1516, Thomas More criou uma das palavras mais ricas, debatidas e controversas de nosso vocabulário. Construído como uma narrativa de viagem, gênero de longa tradição literária, o livro dá voz ao navegante português Rafael Hitlodeu, que, em latim humanista, critica as instituições inglesas para, em seguida, descrever a ilha de Utopia, que conseguiu criar uma sociedade próxima do ideal, valendo-se do conhecimento existente na época, sem qualquer poder sobre-humano.
A meio caminho entre a literatura e a filosofia, na zona de passagem entre um não lugar que nega nossas misérias e um bom lugar que as torna talvez mais insuportáveis, a utopia de More é um patrimônio cultural tão rico que não cabe apenas no espaço comprimido da tradição acadêmica que a quer domesticar. Ao pensar uma sociedade viável, cria um instrumento crítico com o qual podemos medir nossa realidade.
O posfácio não debate filosoficamente a construção de More, mas passeia de modo livre pelo passado, presente e futuro da utopia (e sua gêmea má, a distopia), demonstrando assim a potência que se gera quando nos deparamos com – ou criamos – o termo certo.
Circa l’autore
Thomas More (1478-1535), londrino, foi estadista, diplomata, escritor, filósofo e advogado, tendo ocupando vários cargos públicos. Desde cedo teve boa educação, estudando línguas, matemática, astronomia e teologia, conhecimento que transmitiu aos cinco filhos. Um dos grandes expoentes do humanismo renascentista, era amigo dos mais proeminentes humanistas europeus, como Erasmo de Roterdã, com quem tinha uma relação muito frutífera. Devido a seu reconhecimento como homem das leis, passou a fazer parte da Corte inglesa a partir de 1520, tornando-se embaixador, cavaleiro e chanceler da Inglaterra. Mas acabou se posicionando contra a Reforma Protestante e defendendo os dogmas da Igreja, fato que o levou a ser considerado um traidor e o condenou a decapitação em 1535. Quatro séculos depois, foi canonizado como mártir pela Igreja católica, tornando-se padroeiro dos políticos e governantes. More teve vasta produção literária e sua principal obra é Utopia, de 1516.