O Sofrimento Humano revela a antropologia filosófica que está por trás da logoterapia. Por muito tempo indisponível no Brasil, o livro abarca o conteúdo de duas outras obras, Homo Patiens e O Homem Incondicionado, e soma a isso vários textos que só estão reunidos aqui. Ele complementa O Que Não Está Escrito nos Meus Livros (que narra episódios biográficos de Viktor Frankl, sobrevivente do Holocausto), O Sofrimento de uma Vida sem Sentido (que introduz as ideias básicas da análise existencial) e Teoria e Terapia das Neuroses (que apresenta a psicopatologia frankliana). No volume são discutidos problemas como o livre-arbítrio, a mortalidade, a relação corpo-alma, o individualismo, o sociologismo e o niilismo. Também são abordados temas como sexo e esportes, além de ser explicitada a visão de Frankl sobre outras tradições psicoterapêuticas. A interação com filósofos contemporâneos é frequente, e assim se vai esboçando a antropologia sustentada pelo autor: movido pela vontade de sentido e pelo inconsciente espiritual, o ser humano – que é biopsicoespiritual – caracteriza-se pelo fato de transcender a si mesmo.
Circa l’autore
Viktor Frankl, psiquiatra austríaco de origem judaica, foi um sobrevivente do Holocausto e o fundador da logoterapia, ou terceira escola vienense de psicoterapia. Alguém que sofreu as agruras do século XX, tendo chegado a mendigar na infância durante a Primeira Guerra Mundial, foi em campos de concentração, entre os quais Auschwitz, que deu corpo à sua teoria sobre a psicologia humana e o sentido da vida. Correspondeu-se longamente com Sigmund Freud, Alfred Adler e Wilhelm Reich, mas destacou-se internacionalmente como um pensador original. Foi professor de neurologia e psiquiatria na Universidade de Viena e professor convidado em Harvard e em Stanford. O livro em que narra a experiência do campo de concentração a partir da visão de um psiquiatra foi incluído pela Biblioteca do Congresso dos EUA na lista dos dez livros que mudaram a história da humanidade. Chegou a ser nomeado para o Prêmio Nobel da Paz e integrou a Academia Austríaca de Ciências. Esteve no Brasil em três oportunidades, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi uma das várias universidades do mundo a lhe conceder o título de doutor honoris causa. De sua autoria a É Realizações Editora publicou, além de O Sofrimento Humano: O Sofrimento de uma Vida sem Sentido, O Que Não Está Escrito nos Meus Livros e Teoria e Terapia das Neuroses.