Pengarang: Cruz e. Sousa

Cruz e Sousa (João da Cruz e Souza), o Cisne Negro da nossa literatura, nasceu livre, em 24 de novembro de 1861, na então Nossa Senhora do Desterro, hoje cidade de Florianópolis. Seus pais eram escravos alforriados pelo Guilherme Xavier de Sousa, que, com a esposa Clarinda Fagundes, o criou. O casal deu-lhe o sobrenome de família e, por ter nascido no dia de São João da Cruz, o nome do respectivo santo também. Tendo cursado a escola secundária, com a morte do tutor, foi obrigado a deixar os estudos. Jovem, passa a a colaborar com a imprensa local, escrevendo nela crônicas abolicionistas. Vítima de racismo, foi impedido de assumir o cargo de Promotor, em Laguna, após o que viaja pelo país como ponto de uma companhia de teatro. Em 1885, com Virgílio Várzea, publica Tropos e Fantasias. Em 1890, radicado no Rio de Janeiro, colaborou na Folha Popular, onde formou com colegas o primeiro grupo simbolista brasileiro e conheceu o também abolicionista José do Patrocínio, de quem se tornaria amigo. Em 1893, empregado da Estrada de Ferro Central do Brasil, com salário misérrimo, lança Missal e Broquéis, considerado marco do Simbolismo no Brasil. Ao final desse mesmo ano, casa-se com a jovem negra Gavita Gonçalves, que desenvolveria em breve sintomas psiquiátricos e com quem teve quatro filhos, dois dos quais mortos precocemente, vítimas de tuberculose, doença que vitimará também o poeta em 14 de março de 1898, na estância de Sítio, vila de Curral Novo, Barbacena, Minas Gerais – em 1948 a localidade se emancipou e passou a se chamar Antônio Carlos. Todos os demais livros da extensa obra de Cruz e Souza são publicados postumamente.