Em Histórias de Homens e Fantasmas, Edith Wharton retorna em mais uma coletânea de contos que transitam entre o psicológico e o sobrenatural, explorando as complexidades da mente humana e os dilemas da sociedade do início do século XX. Longe de serem simples entidades, a obra mergulha naquilo que mais aterroriza os homens – suas ambições, fracassos e ilusões – com uma narrativa atemporal e irônica.
Desde o conto A Porta Trancada, que subverte o romance gótico ao narrar a obsessão de um dramaturgo pelo próprio destino trágico, até Os Olhos, onde os fantasmas internos assombram seus personagens, Wharton combina sutileza psicológica com reflexões sobre moralidade e identidade. Com contos que oscilam entre o realismo psicológico e o fantástico, Wharton confirma sua maestria ao expor os conflitos da alma e os fantasmas, reais ou metafóricos, que perseguem seus personagens.
‘Não foi à toa que, na faculdade, ele havia caçado o ‘senso moral’ hipotético até seu esconderijo, e arrancado dali os sentimentos dissimulados e autopromovidos que se escondiam sob sua fachada edificante. Sua força vinha da visão precoce de seus planos, e da recusa de classificá-las de acordo com as morais aceitas e as sanções sociais. Ele tinha toda a coragem derivada da sua falta de convicções.’ — A Fera Aloirada
Mengenai Pengarang
Edith Wharton nasceu em 1862, em Nova York, uma época em que a sociedade tinha costumes rígidos e em que não se esperava nada além de um bom casamento para as mulheres. Ela desafiou esses padrões e se tornou uma das maiores escritoras da literatura norte-americana, aclamada até hoje em produções de cultura pop.
Wharton foi a primeira mulher a ser reconhecida com o Prêmio Pulitzer de Ficção, em 1921, pelo livro A época da inocência, no qual expõe os estigmas da alta sociedade nova-iorquina do século XIX, e que foi adaptado para o cinema por Martin Scorcese em 1993. Ela foi também a primeira mulher a receber o título de doutora honoris causa pela Universidade Yale e a se tornar membro pleno na Academia Americana de Artes e Letras.
Em sua longa vida, teve uma escrita prolífica, tendo publicado quarenta livros em quarenta anos, incluindo ficção, poesia, viagens, design e arquitetura, além de cerca de oitenta e cinco contos.