Como o poder de punir, de impor sofrimento ou destruir outras pessoas produz o ‘genocídio gota a gota’ que coloca em risco a própria humanidade? Por que os ‘saberes oficiais’ levaram à naturalização dos processos de sub-humanização? Os detentores do poder econômico identificam-se com a macrocriminalidade organizada? É possível resistir ao programa suicida inerente ao totalitarismo financeiro? Há espaço para um novo paradigma adequado à maioria excluída? Neste livro, Eugenio Raúl Zaffaroni, um dos principais intelectuais contemporâneos, analisa fenômenos como o colonialismo tardio, a colonização punitiva, o totalitarismo financeiro, a macrocriminalidade organizada, o partido midiático, a demonização das lideranças populares, a arrogância intelectual do norte e as ilegalidades das agências estatais para produzir um saber nosso (a criminologia do ser-aqui), a partir dos nossos problemas; um saber capaz de projetar-se em sentido emancipatório.
Jadual kandungan
Apresentação
I. O QUE É PODER PUNITIVO?
II. A CRIMINOLOGIA DO NORTE OCULTA OS GENOCÍDIOS
III. A MACROCRIMINALIDADE ORGANIZADA DO NORTE
IV. O PODER PUNITIVO DO NORTE E DO SUL
V. POR ACASO, EXPLICAMOS O QUE AQUI DESCREVEMOS?
VI. O COLONIZADOR TROUXE O PODER PUNITIVO
VII. OUTRA NARRATIVA
VIII. UMA NOVA ETAPA DO NEOCOLONIALISMO
IX. O PODER PUNITIVO DO COLONIALISMO TARDIO
X. A FUNCIONALIDADE DA REPRODUÇÃO DELITIVA
XI. O ESTADO ATROFIADO E A FABRICAÇÃO DE SUBJETIVIDADES
XII. LIMPAR O TERRENO: ALGUNS OBSTÁCULOS USUAIS PARA SUPERAR
A COLONIALIDADE
XIII. PRECAUÇÕES ACERCA DOS LIMITES
POLÍTICOS DA CRIMINOLOGIA
XIV. A INCORPORAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS:
UM NOVO PARADIGMA?
XV. A METODOLOGIA DOS
SABERES POPULARES
XVI. A EXPRESSÃO DOS
SABERES POPULARES
XVII. CONCLUSÃO: SOBRE AS TÁTICAS
DE RESISTÊNCIA
Referências bibliográficas
Mengenai Pengarang
Eugenio Raúl Zaffaroni é Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais (1964) pela Universidade Nacional do Litoral (UNL). É professor emérito e diretor do Departamento de Direito Penal e Criminologia da Universidade de Buenos Aires (UBA). Foi Ministro da Suprema Corte de Justiça da Argentina (2003-2014) e, desde 2015, é Juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Autor de mais de vinte e cinco livros, desempenhou a magistratura durante décadas, sendo Deputado Constituinte Nacional, em 1994, e da cidade de Buenos Aires, em 1996. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa em quarenta e cinco universidades da América Latina e da Europa. Entre os diversos prêmios e condecorações recebidas, destacam-se o Prêmio Estocolmo de Criminologia (2009), a Ordem do Mérito do Governo Alemão, a Ordem da Estrela da Solidariedade Italiana e o Prêmio Silvia Sandamo, recebido no Campidoglio de Roma (2010). É Vice-Presidente da Associação Internacional de Direito Penal e da Sociedade Internacional de Defesa Social. Membro do Painel de Eminentes Juristas da Comissão Internacional de Juristas de Genebra.