Eram os índios astrônomos? Gravuras rupestres, pilares e itacoatiaras ajudam a recompor parte da história dos mais antigos habitantes do Brasil. Movidos pela curiosidade e pela necessidade, esses povos deixaram marcas visíveis de suas crenças em monumentos como a impressionante Itacoatiara do Ingá, na Paraíba. Estes monumentos assinalavam os pontos cardeais e apontavam para as posições do nascente e do poente de astros como o Sol, a Lua e estrelas brilhantes de fácil localização, servindo à elaboração dos primeiros calendários, bem como à orientação em terra ou no mar. O homem que desconhecesse a periodicidade das estações, das chuvas, das secas, das cheias e das geadas, sujeitava-se a perder suas colheitas e ver sua comunidade ameaçada pela fome. Daí vem a astronomia dos antigos – ou arqueoastronomia. A astronomia indígena é um livro que reúne anotações de mais de quatro décadas dedicadas ao estudo dos costumes e tradições dos índios do Brasil e à busca da história raras vezes contada. Escrito por Luiz Galdino, este livro mescla o talento do pesquisador à criatividade do escritor, detentor de muitos prêmios literários.
Mengenai Pengarang
Luiz Galdino é paulista de Caçapava, Vale do Paraíba. A formação em Artes levou-o a pesquisar a Arte Rupestre pré-histórica no Brasil, na década de 1970, quando viajou todo o país desde o Rio Grande do Sul à Amazônia. O resultado desta iniciação pode ser aquilatado na sua instigante obra Itacoatiaras: uma Préhistória da Arte no Brasil, publicado pela Editora Rios, em 1988. O livro citado marcaria de forma indelével seu encontro com a Pré-história brasileira, que ele pesquisa há 40 anos. E, no ano de 2002, publicaria ‘Peabiru: os Incas no Brasil’, um ensaio sobre caminhos indígenas que uniam o Atlântico ao Pacífico, num período que antecede de mais de um milênio o descobrimento oficial do Continente. A obra em questão recebeu o Prêmio Clio, da Academia Paulistana de História, em 2004. O presente livro sobre a ‘Astronomia Indígena’ constitui um capítulo inédito nos seus estudos sobre os registros rupestres pré-históricos do país, patenteando que os nossos indígenas, como de resto todos os povos do planeta, realizaram observações sistemáticas do céu, criando calendários sócio-econômicos e cerimoniais. E o autor tem já pronto um novo livro Os Indios e as Pedras Sagradas, a ser publicado, versando, desta feita, sobre Megalitismo no Brasil pré-cabralino. Galdino é membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Instituto Paulista de Arqueologia e Sociedade Paraibana de Arqueologia.