A Primeira Pessoa é um livro que traz em si a duplicidade, não apenas de dois narradores, ambos enfrentando perdas difíceis em sua vida pessoal, mas também de temas universais e atemporais, como o amor, a morte e a amizade, ao lado de problemas essencialmente contemporâneos, como a esfera pública virtual, a privacidade e a reputação em tempos de redes sociais, o inferno das drogas e uma epidemia de depressão. Os dois personagens que, nessas páginas, o leitor conhecerá tão intimamente, sofrem tragédias que lhes arrancam de seu cotidiano feliz, restando-lhes apenas ostracismo e melancolia. O leitor os encontra exatamente quando começam a superar o luto e se preparar para reiniciar a vida em outras bases, sem deixar de refletir sobre aquilo que vivenciaram, humanizados pela experiência de sofrimento. Essas duas histórias, em maior ou menor grau, pertencem a todos nós, pois o que é a vida humana senão uma sucessão constante de perdas e recomeços?
Over de auteur
Adriano de Paula Rabelo, é autor de livros de literatura e ensaios sobre temas literários, bem como tradutor de obras diversas no campo das letras e das humanidades. Tem atuado como professor de literatura e estudos brasileiros em universidades do Brasil e do exterior. Nos últimos dois anos, publicou, de sua autoria, Ouriço: Senso Incomum (Aglaia, 2019), O amor é um abismo furtivo (Aglaia, 2020) e Poço sem fundo (Aglaia, 2021), além das traduções Sobre as artes do livro, de William Morris (Ateliê, 2020), Esta agonia é o nosso triunfo: As cartas de Sacco e Vanzetti, dos dois anarquistas italianos (Edições 70, 2020), e A coruja cega e outras histórias, de Sadegh Hedayat (Minotauro, 2021).