Nesta obra, endereçada ao filho, Marco Túlio Cícero estabelece preceitos de retidão para o homem público. Dividido em três partes, Dos Deveres apresenta, a princípio, o conceito de honestidade.
A segunda parte é dedicada à ideia de utilidade. Cícero finaliza a obra comparando os dois conceitos e exaltando a prevalência do primeiro sobre o segundo.
Apoiado nos grandes pensadores de sua época e em uma já extensa carreira política, Cícero explora a essência da honestidade e nos leva a refletir sobre o dever cívico.
Esta edição traz ainda um estudo apresentado por Altino Arantes, governador do Estado de São Paulo de 1916 a 1920, proferido aos estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, sobre a trajetória do cônsul romano.
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Marco Túlio Cícero (106 a.C.-43 a.C.) foi um estadista, orador e filósofo romano nascido em Arpino, Itália, cujo legado intelectual é uma das principais fontes de estudo da Roma antiga e de influência na cultura europeia. Exilado na Grécia após sua atuação em seu primeiro grande caso jurídico, como defensor contrário ao ditador Sila, dedicou-se intensamente ao estudo das escolas de filosofia grega, ampliou seus estudos de retórica e criou um vocabulário filosófico em Latim. Retornou como um reconhecido linguista, tradutor e filósofo, tendo sido responsável pela introdução da filosofia grega em Roma. Com uma intensa vida pública e política em Roma, Cícero foi um eloquente orador e um advogado de muito prestígio. Protagonista da história de Roma, participou de embates contra Júlio César e, ao lado de Marco Antônio, tornou-se um dos homens mais importantes do Senado romano, tendo patrocinado o retorno ao governo republicano. Entre suas muitas obras e discursos proferidos e citados, publicamos pela Edipro: Da República, As catilinárias e Dos deveres.
Altino Arantes Marques (Batatais, 29 de setembro de 1876 — São Paulo, 5 de julho de 1965), formado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1895, foi deputado federal por quatro mandatos de 1906 a 1908, de 1911 a 1915, 1921 a 1930 e deputado constituinte em 1946. Foi governador do Estado de São Paulo de 1916 a 1920. Foi membro da Academia Paulista de Letras e presidente efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e foi o primeiro presidente do Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo, posteriormente, renomeado Banco do Estado de São Paulo S/A, em 1927.
Daniel Moreira Miranda, experiente tradutor, é formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), com habilitações em Grego antigo e em Sânscrito. Também graduou-se em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.