O que diferencia um livro marcante de ‘mais um livro’ são a perspectiva do autor, a sua autoridade no assunto e o senso de responsabilidade ao abordar o tema. Nesses quesitos, Darrell L. Guder se destaca por ter vindo de uma tradição teológica conservadora em uma cultura pop bastante agitada, como a californiana, e ter imergido em uma cultura como a da Alemanha Oriental, no período da Guerra Fria. Nessa época, ele realizou estudos doutorais, serviu à igreja local e fez trabalhos c...
O que diferencia um livro marcante de ‘mais um livro’ são a perspectiva do autor, a sua autoridade no assunto e o senso de responsabilidade ao abordar o tema. Nesses quesitos, Darrell L. Guder se destaca por ter vindo de uma tradição teológica conservadora em uma cultura pop bastante agitada, como a californiana, e ter imergido em uma cultura como a da Alemanha Oriental, no período da Guerra Fria. Nessa época, ele realizou estudos doutorais, serviu à igreja local e fez trabalhos com a Aliança Mundial, onde teve contato com a igreja africana e a dos países emergentes, como é o Brasil. Guder pesquisou como os efeitos do conservadorismo teológico contribuíram com a secularização das faculdades americanas originariamente cristãs e as questões da ‘escravidão cultural’ da Igreja, um dos temas deste livro. É aí que a sua experiência pessoal na Alemanha, aliada à preocupação em fornecer aos cristãos, especialmente aos leigos, o tipo de capacitação bíblica e teológica de que necessitam, nos ajuda a entender a encruzilhada cultural e ideológica diante da qual a igreja brasileira está e o que ela precisa saber e fazer para testemunhar eficientemente de Cristo. Assim, este não é mais um livro sobre a Igreja e sua missão. Para Guder, ‘o evangelismo não pode ser meramente uma prática verbal’, como é majoritariamente o entendimento da igreja brasileira. ‘A prática do Evangelho deve, necessariamente,
estar ligada à sua proclamação’, afirma. Então, qual é a missão da Igreja? Que mensagem ela proclama e quem deve proclamá-la? Darrell L. Guder nos dá a direção para uma teologia da missão da Igreja, pela qual devemo S compreender adequadamente a encarnação de Cristo, a fim de completar a missão como obra de salvação iniciada pelo Filho de Deus. A mensagem é o Evangelho e os mensageiros são todos os membros do Corpo de Cristo, chamados para testemunhar. Sem entender que estamos unidos a Cristo em sua encarnação, não podemos proclamar sua mensagem como testemunhas da salvação. A ampla experiência de Guder como ministro e professor nos Estados Unidos e na Europa e sua visão das diferentes culturas sociais e eclesiásticas são de grande auxílio para a igreja brasileira, ocupada com a mais nobre tarefa do cristão: ser
testemunha de Cristo!
