Foi somente após a morte de Emily Dickinson (1830-1886) que sua família descobriu os 1.775 poemas que compõem a totalidade da sua obra. Apenas uns poucos haviam sido publicados durante a vida da poeta, em periódicos. Nesta antologia bilíngüe, o leitor terá uma deliciosa amostra das poesias daquela que, juntamente a Walt Whitman, é um dos grandes nomes da lírica norte-americana do século XIX. São poemas ora de indizível leveza, sobre pequenas coisas do dia-a-dia e a fluidez do tempo, ora composições mais pesadas, que tratam da morte e de tensões psicológicas. Dickinson, verdadeiro espírito livre, pensa e expressa estes versos – muitos dos quais inéditos no Brasil – com sua peculiar sensibilidade que transforma em beleza trágica a brevidade da vida.
Over de auteur
Emily Elizabeth Dickinson nasceu em Amherst, Massachusetts, em 10 de dezembro de 1830. Começou seus estudos numa escola local e, aos dezessete anos, se matriculou no Mount Holyoke Female Seminary, um colégio para moças que abandonou menos de um ano depois, alegando problemas de saúde. Após essa experiência, optou pela reclusão e foi então que começou a escrever. Publicou seu primeiro poema no periódico ‘Springfield Republican’.
Em uma das poucas viagens que realizou, a poeta apaixonou-se pelo reverendo Charles Wadsworth, um amor que nunca foi correspondido. Dickinson viveu grande parte da vida na casa paterna, em um quase isolamento físico, e enfrentou diversas crises depressivas. As pessoas mais próximas da poeta foram seus irmãos, Lavinia e Austin, e a mulher dele, Susan Gilbert, que além de amigos eram parceiros intelectuais. Emily morreu de nefrite, em 1886, praticamente desconhecida do público. Após seu falecimento, a família encontrou entre seus pertences mais de 1750 poemas, escritos a partir de 1850.