‘A ilusão do cinema pode ser mantida no diálogo filosófico? Não se quebra o encanto? A arte que pode emocionar, alegrar, distrair, ensinar, denunciar… quando posta sob o olhar que interroga perderia sua terceira dimensão? Segundo os autores, o cinema não se presta a ser mera ilustração de pensamentos. Ele é mais e está além de uma única interpretação, ou então seria pura propaganda ideológica.
Logo, a magia não se quebra; ao contrário, se enriquece, pluraliza, expande o olhar ou o aprofunda. Como já disse Jean-Claude Bernardet, a história do cinema é em grande parte a luta constante para manter ocultos os aspectos artificiais do cinema e para sustentar a impressão de realidade, e é, também, o esforço constante para denunciar esse ocultamento e fazer aparecer quem fala. ‘
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Júlio Cabrera
Doutor em Filosofia. Pesquisa sobre linguagem do cinema, éticas e políticas negativas e Filosofia desde América Latina. Autor dos livros: Crítica de la Moral Afirmativa (Barcelona, 1996); Margens das filosofias da linguagem (Brasília, 2003); O Cinema pensa (Rocco, 2006); Diário de um filósofo no Brasil (Ijui, 2010) e Diálogo/Cinema (Senac, 2013), em coautoria com Marcia Tiburi.
Marcia Tiburi
Marcia Tiburi é graduada em filosofia e artes e mestre e doutora em filosofia. Autora de vários livros de filosofia, entre eles Filosofia em comum (2008), Filosofia brincante (2010), Olho de vidro (2011) e Sociedade fissurada (2013), e dos romances Magnólia (2005), A mulher de costas (2006), O manto (2009) e Era meu esse rosto (2012). Pela Editora Senac São Paulo publicou Diálogo/Desenho, Diálogo/Dança, Diálogo/Fotografia, Diálogo/Cinema. É professora do programa de pós-graduação em educação, arte e história da cultura da Universidade Mackenzie e colunista da revista Cult.