Este volume traz, em edição bilíngue, cinco das nove peças escritas por Oscar Wilde – ‘Salomé’, ‘Uma Mulher sem Importância’, ‘O Marido Ideal’, ‘Uma Tragédia Florentina’ e ‘A Santa Cortesã’. ‘Salomé’ é um drama poético, escrito em 1892 em francês e traduzido para o inglês em 1894. O drama conta a história de João Batista, um profeta popular encarcerado na masmorra do palácio de Herodes Antipas por denunciar a corrupção e a imoralidade na corte. ‘Uma Mulher sem Importância’ é a segunda comédia de sociedade que Oscar Wilde escreveu e conta a história de um jovem ambicioso, Gerard, filho ilegítimo, que se vê forçado a escolher entre o pai, um influente aristocrata, e sua mãe, uma mulher sem importância. ‘Um Marido Ideal’ é uma comédia escrita em 1895 que gira em torno de chantagem e corrupção política. Sir Robert é um homem bem sucedido em todos os aspectos, um político excepcional, tem amizade com pessoas influentes e um casamento perfeito com Gertrude. Quando está preste a ser nomeado para o gabinete, a sedutora Lady Laura surge com uma carta que esconde um segredo do seu passado e usa isso como chantagem. Sir Robert então pede ajuda a Arthur Goring, um solteiro namorador, para salvar seu casamento. ‘Uma Tragédia Florentina’ é um fragmento de uma tragédia que nunca foi concluída. A ambientação da peça acontece na Florença Renascentista e conta o caso de amor ilícito entre o príncipe Guido e a plebeia Bianca. ‘A Santa Cortesã’ é uma peça que Oscar Wilde escreveu em 1894. O projeto original foi deixado em um táxi pelo autor, e apenas um fragmento sobreviveu. Conta a história de uma prostituta de beleza inigualável que faz uma peregrinação ao deserto para procurar um belo e jovem eremita, um homem muito santo, que vive uma vida de oração.
Over de auteur
OSCAR WILDE, nascido em 16 de outubro de 1854 na cidade de Dublin, Irlanda, viveu na efervescente capital inglesa, frequentando ciclos de escritores, atores e figuras de destaque da época, sendo enaltecido por importantes figuras literárias, como o dramaturgo George Bernard Shaw, os poetas norte-americanos Walt Whitman e H. W. Longfellow, e o escritor francês Stéphane Mallarmé.
Casado em 1884 com Constance Lloyd, teve dois filhos a quem Oscar Wilde se devotava de corpo e alma e cujo afastamento por decisão de Constance após sua prisão foi devastador. Mesmo após o casamento, manteve-se muito conhecido e requisitados em todas as rodas literárias, honrado com todos os compromissos aos quais era convidado. Tornou-se realmente uma pessoa indispensável e comentada aos eventos sociais, espalhando glamour e comentários por onde passava.
Possuía uma aparência que atraía os olhares: vestia-se elegante e extravagantemente bem, com roupas e adereços que, segundo suas próprias palavras, sempre refletiam o que de mais íntimo existia dentro dele. Embora bem conhecido nos círculos sociais, Wilde recebeu pouco reconhecimento por sua obra durante muitos anos até a estreia de ‘O Leque de Lady Wildermere’ que consolidou sua fama literária a partir de 1892. O simulacro, o homem e seu retrato eram a maneira pela qual o autor se utilizava para se relacionar com o mundo, mas o período de seu sucesso foi extremamente curto.
Na noite de estreia de sua obra-prima teatral ‘A Importância de Ser Constante’ em 1895, o marquês de Queensberry, pai de Lorde Alfred Douglas, jovem aristocrata com quem Wilde estava se relacionando à época, iniciou uma campanha pública contra o autor. Por influência de Lorde Douglas, Oscar Wilde decidiu mover uma ação contra o pai do rapaz, acusando-o de difamação. Quinze semanas mais tarde, Wilde perderia o processo e, em 1895, era preso e condenado a dois anos de trabalhos forçados. Ao ser libertado em 1897, Wilde muda-se da Inglaterra em direção ao continente europeu. Lá adota o pseudônimo de Sebastian Melmoth e em companhia de Robert Ross publica ‘A Balada do Cárcere de Reading’ e ‘A Alma do Homem sob o Socialismo’, suas últimas produções literárias. Logo após, fixa residência em Paris, onde corrige e publica ‘Um Marido Ideal’ e ‘A Importância de Ser Constante’, demonstrando que se encontrava no comando de si mesmo e de todo seu talento literário. Todavia se recusa a escrever qualquer novo material, declarando que ‘posso continuar a escrever, mas perdi a satisfação para tal’.
Em 30 de novembro de 1900, Wilde, empobrecido, esquecido e doente, veio a falecer em um quarto do Hôtel d’Alsace, em Paris. Como legado, deixou-nos uma obra admirável representada por contos, romance, poesias e peças teatrais que até hoje são encenadas.