Escrita por Sófocles, um dos mais eminentes escritores de tragédias da Antiguidade (ao lado de
Ésquilo e Eurípides), Édipo Rei é uma obra-prima do teatro grego, considerada por muitos
estudiosos como o mais perfeito dos poemas trágicos. Desde quando encenada em Atenas pela
primeira vez por volta do ano 428 a.C., a tragédia ocupa lugar privilegiado na história da
literatura, sendo objeto de inúmeras reencenações e ganhando destaque nas reflexões de Freud,
que estabeleceu no conceito do ‘Complexo de Édipo’ um dos pilares da teoria psicanalítica. A
importância da peça para a cultura ocidental tornou seu conteúdo amplamente conhecido pelo
público em geral até os dias de hoje, figurando não só nos currículos de diversos cursos
universitários, mas também nos do ensino médio de inúmeras escolas. Tanto é assim que se pode
afirmar que boa parte das pessoas que hoje estão prestes a ler o Édipo Rei já conhece ao menos os
traços gerais de seu enredo.
É o ritmo, impresso magistralmente pela mão do dramaturgo grego, que confere a essa tragédia
seu poder único, que tanto fascina o leitor. O efeito dramático da peça não se afirma tanto pelo
desconhecimento, por parte do espectador, dos fatos que compõem a trama, mas pelo modo como
Sófocles conduz a ação trágica, que produz uma tensão justamente entre o nível de conhecimento
dos personagens e o dos espectadores. É esse o motivo pelo qual a tragédia de Édipo sempre
despertou interesse e encantamento naquele que a lê.
Over de auteur
Nesta edição, conta-se com uma primorosa tradução elaborada por Márcio M. Chaves Ferreira
diretamente do original em grego antigo, além de uma belíssima introdução que aproxima o leitor dos
principais temas e questões despertadas pela obra ao longo da história, bem como dos elementos
constituintes da atualidade da tragédia do rei Édipo para os dias atuais. O livro conta ainda com um
importante aparato de notas que, sem sobrecarregar a leitura, auxiliam o leitor menos familiarizado,
tornando o texto acessível a todos os interessados nesse clássico da literatura ocidental.