Que sabe a lagarta sobre o futuro? E o que seria o Cazulo – com zzzz de cantiga imemorial – se não o encontro da matéria-eu com a matéria-mundo? Neste segundo livro de poesias, Analu Cristina nos convida a um mergulho na pausa, rica em possibilidades, montada no cavalo de Ogum e protegida pela lança de Oyá. Brinca com ritmo e pontuação próprios para reconstruir a Memória e Verdade como personagens, ancorando experiências comuns à experiência da mulheridade negra. Neste livro, como na vida, quase não há vírgulas ou mesmo pontos finais: vive-se o encasular-se como processo e fica a sugestão: faça pausas regularmente.
O autorze
Analu Cristina é uma mulher negra de 39 anos, mãe, que, em busca de sua subjetividade e, por que não dizer, de sua sanidade, em meio a um processo de adoecimento psíquico, se encontrou com a arte como uma possibilidade de reconstrução íntima e também de atuação no mundo.
Nascida na periferia leste de São Paulo, estudou toda a vida no sistema público de ensino e se formou em Letras pela Universidade de São Paulo em 2007. Desenvolve um projeto de educação para pessoas adultas chamado Consciência Equilíbrio, no qual promove o desenvolvimento humano a partir do incentivo a práticas de autoconhecimento, autocuidado, livre expressão artística e autorresponsabilidade em todas as áreas da vida.
Nossa poeta considera o reencontro cíclico e constante com as artes literárias e musicais a melhor forma de reconexão com sua essência natural mais verdadeira, profunda e livre. Para isso, encasula-se e mergulha em si sempre que sua alma exige.
Em sua trajetória musical, destacam-se as participação no grupo Filhas da Floresta e na Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene, além de ter suas próprias composições, atualmente em fase de gravação.
Como escritora, publicou 3 livros de maneira independente, entre 2018 e 2019. São eles: 'O amrgo além da bile’ e 'Muleta quebrada’ — coletâneas de escrevivências e delírios — e 'Viva’, seu primeiro livro de poesias.
Em 2021, passa a integrar a família da Editora NUA com seu Cazulo — sempre em estado latente — pela coleção Palavra Crua.