No final dos anos 1950, o Brasil passa por grandes transformações. Há um clima de esperança, que parece encarnado no encontro entre Roberto e Tião. O futebol aproxima Roberto, morador de Copacabana, e Tião, da favela do Cantagalo. Mas suas vidas se separam, impulsionadas pelo motor incontrolável da história, quando a família de Tião é obrigada a se mudar para a distante Cidade de Deus.
Em Diadema, Lia e Marly crescem como melhores amigas. Seus pais têm empregos semelhantes, mas aos poucos diferenças profundas afastam as famílias. Depois de um acidente, Lia desiste de ser bailarina e resolve seguir a carreira de advogada, enquanto Marly se entrega a uma vida de dissipação.
Anos depois, o país sob regime militar. Lia é uma advogada respeitada, que busca provas para incriminar Erasmo, pai de Marly, que se tornou chefe de um esquema criminoso. Roberto, agora delegado em Brasília, é afastado de suas funções por excesso de independência e junta-se a amigos em um informal Clube dos Injustiçados. Eles e seus companheiros de clube dedicam-se a combater, à margem das autoridades, os desmandos e as quadrilhas que se formam na capital do país. O destino vai colocar antigos companheiros de novo frente a frente, diante de escolhas difíceis e definitivas.
O autorze
Diplomata, André Amado serviu em Washington D.C., Montevidéu, Paris e Madri. Como embaixador, assumiu a chefia de missões diplomáticas brasileiras em Lima, Tóquio e Bruxelas.
André Amado é autor de três novelas: Desde os tempos da esquina (Record, 1989), A casa de Dona Iolanda (Maltese, 1992) e Exílio nacional (Topbooks, 2001), que recebeu o Prêmio de Nacional de Literatura Luiza Claudio de Souza, em 2002, dado pelo Pen Clube do Brasil. Escreveu também o ensaio Por dentro do Itamaraty (Fundação Alexandre de Gusmão, 2013).