Uma perspectiva que atravessa o tempo, forjando uma história da arte pós-colonial aprofundada e abrangente.
Os textos reunidos neste livro atestam o compromisso de Anne Lafont com as novas perspectivas da história da arte. Baseando-se em uma intensa atuação entre pesquisas, curadoria e crítica, a autora traça um panorama sobre as imagens e a cultura material do chamado Atlântico Negro, possibilitando novas aberturas para repensarmos o que é a arte africana, bem como seus usos e sentidos no contexto da colonização.
Referência tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, Anne Lafont investiga como diversas produções artísticas são atravessadas pelas questões raciais e coloniais, aspectos até então pouco considerados no âmbito da historiografia. Com uma abordagem arejada e original, ela analisa o papel de resistência da arte feita por africanas e africanos no período da escravização, as marcações raciais presentes em obras cruciais da história da arte, e debate ainda as leituras mais clássicas da história e das ciências sociais sobre a produção artística dos mundos negros.
As análises reunidas neste volume também têm o caráter de intervenção, caso dos artigos sobre o papel dos monumentos públicos em meio às recentes reivindicações antirracistas e o projeto de restituição de obras africanas empreendido pelos museus franceses.
O autorze
Anne Lafont é historiadora da arte francesa, pesquisadora e professora na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris. Trabalhou como diretora dos programas de pesquisa de historiografia da arte no Institute National d’Histoire de l’Art e como editora da revista Perspective. Integrou o comitê curatorial da exposição Le modèle noir – de Gericault à Matisse, no Musée d’Orsay, em 2019, e é autora de livros sobre história da arte, incluindo 'L’art et la race: L’African (tout) contre les œils des lumières’ (2019), obra referencial que venceu os prêmios literários Fetkann Maryse Condé e Vitale e Arnold Blokh. No Brasil, publicou pela Bazar do Tempo o livro 'Uma africana no Louvre’ (2022).