Independência do Brasil: a história que não terminou, obra organizada por Antonio Carlos Mazzeo e Luiz Bernardo Pericás, oferece ao leitor, duzentos anos após o grito do Ipiranga, uma discussão abrangente e elucidativa sobre um processo que até hoje desperta controvérsias e mal-entendidos.
Reunião de 12 artigos de autores especializados no tema e no período, o conjunto apresenta visões diversas sobre o processo político e econômico da época (crise do antigo sistema colonial, formação do Estado brasileiro, estrutura de classes) ao lado de estudos mais detidos de interpretações clássicas, bem como de temas como o mapeamento do território, a formação do mercado livreiro, a estrutura tributária da colônia e Império, rebeliões populares do período.
Ao mesmo tempo em que divulga algumas das pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto, o livro contribui para que se tenha uma visão panorâmica do processo de Independência do Brasil. Trata-se, portanto, para os especialistas, de peça de atualização e discussão, e, para o público geral, de obra de informação e reflexão sobre um processo importantíssimo, mas de certa forma ainda inconcluso.
O autorze
Antonio Carlos Mazzeo é doutor em história econômica pela Universidade de São Paulo, pós-doutor em filosofia política pela Università Degli Studi Roma-Tre e Livre-Docente em ciência política pela Universidade Estadual Paulista. É professor dos programas de pós-graduação em história econômica (USP) e serviço social (PUC-SP). Pela Boitempo publicou O voo de Minerva: a construção da política, do igualitarismo e da democracia no Ocidente Antigo (2009), Estado e burguesia no Brasil: origens da autocracia burguesa (2015), Os portões do Éden: igualitarismo, política e Estado nas origens do pensamento moderno (2019) e Sinfonia inacabada: a política dos comunistas no Brasil (2022).
Luiz Bernardo Pericás é formado em história pela George Washington University, doutor em história econômica pela USP e pós-doutor em ciência política pela FLACSO (México). É professor do Depto. de História da Universidade de São Paulo e dos programas de pós-graduação em história econômica e história social da USP. Pela Boitempo publicou Os cangaceiros (2010), Cansaço, a longa estação (2012), Caio Prado Júnior: uma biografia política (2016) e Che Guevara e o debate econômico em Cuba (2018). É também organizador da obra Caminhos da revolução brasileira (2019) e coordenador da coleção Caio Prado Júnior.