Um inédito de um escritor falecido é sempre uma surpresa e um presente, especialmente quando o escritor em questão é Carlos Heitor Cony. A descoberta deu-se por ocasião do envio do acervo do autor para a Academia Brasileira de Letras. O acadêmico Marco Lucchesi leu e prefaciou o original, que agora vem a público pela Nova Fronteira. Neste Paixão segundo Mateus, Cony retoma um tema que lhe era caro, o desencanto com a vida religiosa, apresentado em meio a disputas e intrigas que se desenrolam entre igrejas, hospitais e a cidade; entre profano e sagrado; entre pianos e órgãos.
O autorze
CARLOS HEITOR CONY nasceu no Rio de Janeiro em 1926. Estreou na literatura ganhando por duas vezes consecutivas o Prêmio Manuel Antônio de
Almeida, com os romances A verdade de cada dia e Tijolo de segurança. Considerado um dos maiores expoentes do romance neorrealista brasileiro, Cony também se dedicou com sucesso a outros gêneros: da crônica aos ensaios, das adaptações de clássicos aos contos. Trabalhou na imprensa desde 1952, ano em que entrou no Jornal do Brasil. Mais tarde foi para o Correio da Manhã, do qual foi redator, cronista e editor. Era colunista da Folha de S.Paulo e comentarista da rádio CBN quando faleceu, no início de 2018. Ganhou em quatro ocasiões o Prêmio Jabuti na categoria Romance, duas vezes o Prêmio Livro do Ano da Câmara Brasileira
do Livro e o Prêmio Nacional Nestlé de Literatura. Em 1998, foi condecorado pelo governo francês com a L’Ordre des Arts et des Lettres. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em março de 2000. Paixão segundo Mateus, romance póstumo inédito, chega ao público pela Nova Fronteira em 2022.