Aqui o leitor tem a melhor e mais abrangente antologia poética de Bukowski, cobrindo quase quarenta anos. O conteúdo foi selecionado pelo biógrafo e estudioso Abel Debritto entre livros, composições publicadas somente em periódicos e versos inéditos. Os 95 poemas ora reunidos vão da ferocidade quase surrealista dos primeiros anos, passando pela fase underground do Velho Safado (pós-anos 1970) e culminando, enfim, na produção mais filosófica das últimas décadas. É impossível não se identificar com a voz que aqui ressoa, denunciando o desespero e o absurdo da condição humana, seja ao tratar de amor, morte, sexo ou escrita – seus temas mais visitados. Com o olho arguto para o ridículo e o comezinho, o autor fala aos anseios mais profundos e sobre as facetas mais estranhas da existência. O resultado é uma poesia dura, implacável, às vezes com um toque de graça, mas sempre original.
O autorze
Charles Bukowski nasceu em Andernach, na Alemanha, a 16 de agosto de 1920, filho de um soldado americano e de uma jovem alemã. Aos três anos de idade, foi levado aos Estados Unidos pelos pais. Criou-se em meio à pobreza de Los Angeles, cidade onde morou por cinqüenta anos, escrevendo e embriagando-se. Só começou a publicar poesia a partir dos 35 anos. Foi internado diversas vezes com crises de hemorragia e outras disfunções geradas pelo abuso do álcool e do cigarro. Sua literatura é de caráter extremamente autobiográfico, e nela abundam temas e personagens marginais, como prostitutas, sexo, alcoolismo, ressacas, corridas de cavalos, pessoas miseráveis e experiências escatológicas. Bukowski morreu de pneumonia, decorrente de um tratamento de leucemia, em 9 de março de 1994, aos 73 anos de idade, pouco depois de terminar 'Pulp’.