não quero saber sobre técnicas de poesia. sobre o funcionamento interno das frases e
dos versos. nem sobre métrica, ritmo, simetria. quero eu lá saber das rimas internas ou
externas ou da didática, do método, do propósito ou da filosofia da poesia. já abdiquei
dos diplomas, da sabedoria, de ser um profissional da poesia. eu erro, calo, nunca berro
e escrevo. o mecanismo da minha poesia é não saber fazê-la. reunir o que escrevo para
um livro não seria um apanhado de poesia. seria o que já apanhei da vida. minha poesia
não é sobre poesia. é sobre como morrer vinte e três horas por dia. uma hora eu sonho.
O autorze
Nascido em Juiz de Fora – MG (Brasil), Eduardo Marques iniciou seu interesse pela
arte das palavras e suas atividades escritas pelos doze ou treze anos. Passado algum
tempo, o escritor aprofundou seus estudos e sua produção literária, dedicando-se cada
vez mais ao mundo dos que escrevem. Veio a publicar oficialmente, entretanto, apenas
muitos anos depois.
Estimulando seus pensamentos e fomentando o aprimoramento gradativo de sua
expressão como escritor, em paralelo, Eduardo envolveu-se profundamente com o
estudo da Filosofia. Anos mais tarde, aderiu ao meio acadêmico e iniciou sua
graduação, bacharelando em Filosofia.
Em tempos mais recentes, Marques cita – prestando perenes agradecimentos – a sua
influência e admiração respeitosa pelo escritor Valter Hugo Mãe. Deste, extraiu a
dinâmica da construção dos pensamentos e sentimentos escritos.