Álvaro de Campos era, segundo Pessoa, 'o mais histericamente histérico de mim’; era engenheiro, usava monóculo, e o poeta escrevia sob o seu nome quando sentia um súbito impulso de escrever não sei o quê.’ Campos é o heterônimo da modernidade, da euforia, da irreverência total a tudo e a todos, cultuador da liberdade, sedento por experimentar todas as sensações a um só tempo e profundamente influenciado por Walt Whitman. De sua lavra são os célebres versos de 'Opiário’, 'Ode trinfual’, 'Lisbon revisited’ e 'Tabacaria’ – este último considerado dos mais belos poemas da língua portuguesa.
O autorze
Falar de Fernando Pessoa não é apenas falar do maior poeta de língua portuguesa do século XX, mas é, também, falar de uma personalidade extremamente controvertida e de uma obra vasta – afinal, Pessoa foi vários poetas num só. Ele nasceu em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa. Foi poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, astrólogo, inventor, empresário e crítico literário, entre outros. Ficou conhecido pelos seus vários heterônimos: personalidades diferentes criadas por ele próprio que assinavam cada qual as suas respectivas obras. Morreu no dia 30 de novembro de 1935 de cirrose hepática e sua última frase, escrita em inglês, foi: 'I know not what tomorrow will bring’ (Eu não sei o que o amanhã trará).