A noiva de Messina, 'tragédia com coros’ concluída em 1803 e logo encenada em Weimar, é um dos pontos altos da dramaturgia e da reflexão estética do poeta e dramaturgo Friedrich Schiller (1759-1805), um dos expoentes do classicismo alemão, ao lado de Goethe. Determinado a preservar o teatro do que lhe parecia um ilusionismo vulgar, Schiller propôs-se a ressuscitar a tragédia grega nos palcos modernos. O resultado intrigante é uma peça ao mesmo tempo clássica e experimental. Ambientada na Sicília medieval, A noiva de Messina ou Os irmãos inimigos acompanha o desenlace de uma luta fratricida que arrasta todos os personagens a um destino mais potente que toda vontade humana. Esse teor fatídico não podia deixar de atrair Gonçalves Dias (1823-1864), o grande poeta do romantismo brasileiro, que tinha a peça 'por coisa excelente no seu gênero’ e que lançou mão de todo o seu saber poético para realizar uma das mais notáveis traduções dramáticas em língua portuguesa. Esta é a tradução que se republica aqui, acompanhada de textos críticos de F. Schelling, A. W. Schlegel e E. T. A. Hoffmann e um posfácio de Márcio Suzuki.
O autorze
Johann Christoph Friedrich von Schiller foi um dramaturgo, poeta e filósofo alemão. Durante os últimos dezessete anos de sua vida, Schiller desenvolveu uma amizade produtiva, embora complicada, com o já famoso e influente Johann Wolfgang von Goethe.