’Era melhor antes’ – esta é a frase que abre este livro de Pontalis. O autor compara a memória à bolsa de uma mulher, em que 'o fútil se esconde do olhar dos outros e o indispensável, de meus próprios olhos’. O texto convida então a relembrarmos as situações mais cotidianas que teriam sido melhores 'antes’, ao que o autor repete: 'não, nem tudo era agradável antes, nem tudo é abominável hoje’. À luz da psicanálise, o autor revisita vários temas e conceitos, nas suas mais diversas formas e exemplos: memória, tempo, origem e linguagem. Na questão da linguagem, o autor traça um paralelo entre psicanálise e escrita, as quais têm a mesma finalidade, que é indicar os fundamentos da alma humana, e têm o mesmo material, a fala humana. Além disso, coloca em cena diversos autores: Borges, Perec, Barthes, Sartre, Victor, entre outros; sendo que um capítulo inteiro é dedicado a Freud.
O autorze
Jean-Bertrand Pontalis é psicanalista, filósofo e escritor; nasceu em Paris, no ano de 1924, e faleceu em janeiro de 2013. Formado pelo Liceu Henri-IV e pela Sorbonne, foi aluno de Jean-Paul Sartre e fez análise didática com Jacques Lacan. Participou da fundação da Association Psychanalytique de France (APF) e colaborou com a revista Les Temps Modernes. Em 1967, lançou o Vocabulário de Psicanálise (Vocabulaire de la psychanalyse). Em sua obra, é muito comum a indissociabilidade entre psicanálise e literatura.
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