O que será e quem seremos nesse momento de revolução?
Ao Brasil, com amor é a reunião de cartas trocadas entre os jornalistas Jamil Chade, que vive em Genebra, e Juliana Monteiro, moradora de Roma. Nesta correspondência os autores compartilham fatos cotidianos, histórias e impressões de um período que começa no verão pós-vacina europeu e se encerra às vésperas das eleições brasileiras de 2022. São cartas que refletem inquietações, expectativas e incertezas em um momento histórico de transição, no qual as sociedades ainda elaboram o trauma da pandemia, mas parecem tentadas a reproduzir ou sofisticar os mesmos mecanismos que promovem a desigualdade entre as pessoas, os povos e as nações.
Olhando para o Brasil a partir da Europa, Jamil e Juliana dividem, além da estrangeiria, o olhar sensível às injustiças e contradições da sociedade, a preocupação com a situação sociopolítica do Brasil e a luta contra a indiferença que mantém seres humanos na periferia dos direitos.
Os jornalistas convocam o leitor ao retorno às utopias e à construção coletiva de respostas que deem conta de um mundo conduzido na velocidade das novas tecnologias, muitas vezes manipulado por novas formas de comunicação.
Ao Brasil, com amor é um convite à luta. Mas também à delicadeza, à liberdade e ao amor.
Correspondência publicada originalmente na Revista Pessoa entre setembro de 2021 e julho de 2022.
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'Ao Brasil, com amor pulsa com a urgência do tempo presente. Na era da brutalidade, Juliana Monteiro e Jamil Chade costuram com a fibra da delicadeza, do afeto e da indignação as cartas que nos trazem o assombro diante de mundos em rota de colisão. E de um país, o nosso, em vertiginosa espiral de desumanidades. Brasileiros, desterrados, andarilhos da terra em transe, os dois refletem sobre agressões amplificadas em escala planetária: desigualdade, xenofobia, racismo, guerras, fome, a fabricação do ódio.’
Cristina Serra, Jornalista e escritora
O autorze
Jamil Chade, jornalista paulistano, tem testemunhado parte dos acontecimentos que marcaram os últimos 20 anos. Com passagens por mais de 70 países, hoje vive na Suíça e, de seu escritório na sede da ONU em Genebra, tem contribuído com veículos internacionais como The Guardian, El Pais, BBC, CNN, Le Temps, Swissinfo, CCTV, Al Jazeera, France24, além de manter colunas no UOL e no Grupo Bandeirantes. Foi eleito duas vezes o melhor correspondente brasileiro no exterior e selecionado como um dos 40 jornalistas mais admirados no país. É autor de outros sete livros, três dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.
Juliana Monteiro é jornalista e escreve literatura. Nasceu em Brasília, onde manteve, por uma década, a Rayuela, uma livraria e espaço cultural que atraiu para a capital do Brasil escritores, artistas, Cronópios, menestréis e vagabundos geniais. Mora atualmente em Roma. Antes viveu em Londres. É mãe de Gael e Anita. Escreve na Revista Pessoa e troca cartas para compartir o espanto, desde quando a incerteza de que o escrito chegaria a tempo. Disso ainda desconfia.