A protagonista deste romance, chamada simplesmente de 'a esposa’, planejava não se casar nunca: 'Durante anos, mantive um post-it na minha escrivaninha. NÃO AME, TRABALHE!’. Mas, como esta narrativa ágil e fragmentária nos mostra, as vontades por vezes se transformam, e a personagem acaba num relacionamento com um músico, com quem se casa. Alguns anos depois, eles têm uma filha, e as ambições vão se dissolvendo no caos aconchegante da vida doméstica.
'Departamento de especulação’ é como são assinadas as cartas trocadas entre os dois, nas quais divagam sobre a intimidade, a literatura, a ciência e a arte, e sobre o sentimento de solidão que perpassa a vida. Enquanto o casal atravessa diversas catástrofes mundanas — uma infestação de insetos, uma bebê com cólica, escolhas profissionais motivadas por problemas financeiros —, a esposa medita sobre o lugar que ocupa no mundo.
Organizado em capítulos curtos que soam quase como aforismos, este romance mostra de que maneiras a experiência inclassificável do amor materno pode resultar na destruição quase completa do eu.
Primeira obra de Jenny Offill publicada no Brasil, Departamento de especulação foi eleito um dos livros do ano pelo New York Times em 2014, alçando-a como uma das escritoras de maior destaque da literatura norte-americana contemporânea.
O autorze
Jenny Offill vive em Nova York e leciona na Syracuse University. Departamento de especulação foi indicado para o Folio Prize e para o prêmio PEN/Faulkner, entre outros.