Obra-prima da literatura inglesa, o Coração das trevas se tornou também uma referência cultural sobre os horrores da colonização. A história é de Marlow, capitão de um barco a vapor, em sua ida de encontro a Kurtz, um explorador de marfim de métodos questionáveis, que vivia entre os selvagens do Congo e precisava ser levado de volta à civilização. O romance mergulha no mundo interior do personagem principal, em busca do inominável, tendo as trevas da selva africana como imagem do inconsciente. O livro ficou conhecido ainda por ter inspirado o filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola.
A artista plástica Rosângela Rennó é autora das imagens do livro. A edição traz um posfácio inédito do escritor Bernardo Carvalho, ensaios críticos de Walnice Nogueira Galvão e Paulo Mendes Campos, e um texto in memoriam que Virginia Woolf escreveu sobre Conrad.
O autorze
Escritor inglês nascido na Ucrânia, filho de pais poloneses. Seu pai era poeta e tradutor de autores como Shakespeare. Cresceu e foi educado informalmente na Cracóvia, de onde partiu em 1874 para Marselha, a fim de seguir carreira na marinha. Se juntou à Marinha Mercante Britânica em 1878 e, em 1886, adquiriu cidadania inglesa. Em 1980, esteve brevemente no Congo. Após o fim de sua carreira na marinha, em 1894, viveu em Kent. Se casou em 1896 e teve dois filhos.
Conrad começou a escrever em inglês, sua terceira língua, em 1886. Produziu suas obras de ficção mais relevantes entre 1897 e 1911. Considerada 'difícil’, sua escrita, apesar de bem recebida pela crítica, só se popularizou com a publicação de Acaso, em 1914. Além de romances, Conrad escreveu contos, peças, diversos ensaios, e dois livros autobiográficos, O espelho do mar (1906) e Um registro pessoal (1908-09).