Imagine um patriota perfeito, funcionário público devotado e nacionalista ferrenho. Alguém que valoriza tanto a sua cultura, que é capaz de, entre outras iniciativas, propor o resgate da língua tupi-guarani como idioma ofi cial do Brasil. Pois assim é Policarpo Quaresma, cujas ideias, naturalmente controversas, acabam despertando a incompreensão das pessoas e a intolerância das autoridades. Apenas a irmã, o amigo Ricardo e a afi lhada Olga permanecem fi éis a seu lado, mas isso não será sufi ciente para livrar Policarpo de grandes agruras e decepções. Afi nal, por que é tão difícil ser patriota em um país cheio de mazelas?
O autorze
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, em 1881. Filho do tipógrafo João Henrique de Lima Barreto e da professora Amália Augusto Barreto, foi apadrinhado pelo Visconde de Ouro Preto, que lhe propiciou a frequência ao ensino básico em boas instituições. Entrou na Escola Politécnica em 1897, mas, obrigado a trabalhar para ajudar a família, não concluiu o curso. Em 1914, foi internado no hospício, por males causados pelo alcoolismo, doença que viria a ter graves consequências em sua vida. Retornou à atividade literária em 1916, colaborando com textos políticos. No entanto, seus problemas de saúde persistiram e Barreto se aposentou por invalidez do serviço público. Continuou escrevendo seus romances, mesmo em alguns períodos de internação. Concorreu três vezes à Academia Brasileira de Letras, todas sem sucesso. Faleceu em 1º de novembro de 1922, no Rio de Janeiro, deixando vários livros que só foram publicados postumamente.
Gonçalo Junior nasceu na Bahia, é jornalista, roteirista e biógrafo. Na área de quadrinhos, lançou A guerra dos gibis (Companhia das Letras), O homem-abril (Opera Graphica), A morte do grilo (Peixe Grande) e Visionário dos quadrinhos (Noir). É autor de mais de 30 livros. Recebeu três vezes o Prêmio HQMIX.