Nos contextos hiperconectados da nossa contemporaneidade, o processo de digitalização assumiu formas ecológicas, expandindo seu impacto e sua atuação da esfera informativa para as dimensões habitativas. A aplicação de etiquetas, nos objetos e em todos os tipos de superfícies, capazes de transmitir informações na web (internet of things), assim como a disseminação no ambiente de sensores capazes de dar voz aos rios, às àrvores, às camadas de gelo e aos diversos tipos de biodiversidade, transformou a internet em um conjunto de redes complexas aptas a conectar entidades e superfícies diversas.
Neste breve artigo, o filósofo discute as facetas da técnica enquanto meio de transformação da natureza, abordando as particularidades da causalidade, os conceitos de descobrimento, armação e requerimento, todos parâmetros da relação da técnica com aquele que a emprega e seu objeto.
O autorze
MASSIMO DI FELICE (JULHO 2017) Sociólogo pela Universidade La Sapiensa de Roma e livre-docente pela Universidade de São Paulo, é professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), fundador do Centro de Pesquisa Internacional sobre Redes Digitais Atopos, diretor científico do Istituto italiano di alti studi Toposofia e coordenador de um Observatório Internacional sobre Net-ativismo. É tambem Cofundador do Centro di ricerca e teoria sociale per la sostenibilità e le nuove tecnologie, Sustenibilia, da Universidade La Sapienza de Roma. Foi visiting professor das universidades Paris V Sorbonne, Paul Valery de Montpellier, Roma III, das universidades de Córdoba e Lusófona de Porto, entre outras. Seu livro Paisagens pós-urbanas, o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar foi publicado em cinco países.