Originário de ideias contratualistas e revoluções, o liberalismo eurocêntrico alinhou-se historicamente a diversas correntes políticas, firmando-se na maioria dos países. Na prática, o liberalismo normativo promoveu a liberdade de sujeitos privilegiados, titulares de 'direitos’ (geralmente brancos, adultos, heteronormativos e burgueses), às custas de minorias (crianças, travestis, povos ameríndios, negros e moradores de favela). Este livro apresenta um desafio à estabilidade do liberalismo contemporâneo: a crítica do autor não se baseia em argumentos filosóficos desencarnados, mas em teorias etnográficas embasadas em pesquisa de campo. Esta antropologia queer do liberalismo e o diligente retrato etnográfico da Favela da Rocinha enfrentam os juízos de pobreza e opressão, e os próprios limites da liberdade.
O autorze
Moisés Lino e Silva é professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Obteve o título de mestre em antropologia social pela London School of Economics and Political Science (LSE), é doutor na mesma área pela University of St Andrews e pós-doutor pela Harvard University. Lino e Silva tem expressiva atuação no campo da antropologia política e se especializou em estudos etnográficos da liberdade e da autoridade em conexão com temas prementes como violência, raça, religião e sexualidade. Em reconhecimento ao seu trabalho, foi escolhido membro do Conselho Internacional de Ciências Sociais da UNESCO.