A tradição popular é inspiração de Roger Mello em vários de seus livros para crianças. Nesta obra, temos o reconto para o auto do boi, um folguedo popular que conta a morte e ressurreição de um boi sacrificado pelo Pai Francisco para atender ao desejo de sua mulher Catirina, grávida, que sonhava em comer a suculenta língua do boi do patrão.Com capa dura e nova diagramação, Roger Mello, além de ter revisto todo o texto, com cuidado a cada palavra e métrica, incluiu uma nova ilustração e novas vinhetas. A obra traz em si uma manifestação popular conhecida em todo o país, sendo uma das festas mais importantes do folclore brasileiro.’Desta vez, ele (Roger) vem beber na fonte da arte popular, aquela maravilhosa criação coletiva e anônima que nos dá folguedos e cantigas de roda, máscaras e fantasias, danças e músicas eternas. E cada vez que um artista de formação erudita reencontra o que vem sendo feito há anos por nossa gente de pé no chão e mão calejada, brota uma síntese cultural que nos enriquece a todos. Um ponto original que se soma ao infinito bordado brasileiro.’ Ana Maria Machado (texto de quarta capa).
O autorze
Roger Mello nasceu em Brasília, em 20 de novembro de 1965, e atualmente mora no Rio de Janeiro. É formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. No início de sua carreira, trabalhou ao lado de Ziraldo, na Zappin, e também se dedicou ao desenho animado.
Vem se destacando como ilustrador e autor de livros infantis, sendo um dos nomes mais aclamados pela crítica e pelo público. Suas cores fortes e quentes preenchem traços carregados de dramaticidade e espírito lúdico, emprestando às obras de outros escritores um clima marcadamente brasileiro e alegre.
Esse também é o tempero essencial de muitos de seus livros, escrevendo principalmente recontos de lendas e histórias do folclore, revelando nuanças da alma e dos feitos do povo.
Conquistou diversos prêmios por seus trabalhos como ilustrador, autor de livros de imagem e livros para criança, dramaturgo e produtor visual. Recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil os prêmios Malba Tahan, Luís Jardim, Ofélia Fontes, Melhor Ilustração e 15 prêmios Altamente Recomendável.
Outros prêmios conquistados foram: Prêmio Jabuti de Ilustração e de Melhor Livro Juvenil; Prêmio Especial Adolfo Aizen; Prêmio pelo Conjunto da Obra da UBE; Prêmio Monteiro Lobato; Prêmio Adolfo Bloch e da Fondation Espace Enfants (Suíça) o Grande Prêmio Internacional. Conquistou duas vezes o selo White Ravens da Biblioteca Internacional de Munique. Em razão dos seus vários trabalhos premiados, tornou-se hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2014, ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio infantojuvenil do mundo.