Notre-Dame de Paris é um inequívoco exemplo do poder da imaginação, da eficaz utilização de mitos medievais e da construção de uma obra que soube cair nas graças do público. Unindo história, aspectos grotescos, trama passional, a obra atinge patamares de excelência literária que deixam antever o Victor Hugo de obras tardias como Os miseráveis e O homem que ri. Victor Hugo nos apresenta uma Paris repleta de figuras ímpares, a começar pelo incontornável Quasímodo, que se tornaria uma das figuras mais conhecidas do legado literário universal. Paris, em 1482, um poeta inseguro e galanteador de nome Gringoire se perde na babélica e mal-afamada Corte dos Milagres. Uma jovem e atraente cigana, La Esmeralda, o salva, para logo depois virar cobiça de um arquidiácono decadente e doentio (Claude Frollo), que encarrega o batedor de sinos da catedral parisiense, o miserável e repulsivo corcunda Quasímodo, de raptá-la. Ela é libertada por um bem-apessoado oficial (Phoebus), por quem se perde de paixão. Quasímodo é torturado por sua tentativa de sequestro, mas a própria jovem não o condena. O arquidiácono tenta liquidar o oficial, mas consegue que inculpem a cigana, que por sua vez é colocada no pelourinho para confessar. Quasímodo consegue libertá-la e levá-la para a Notre-Dame, onde deveria estar a salvo…
O autorze
Victor Hugo nasceu em 26 de fevereiro de 1802, em Besançón. Foi educado por vários tutores e estudou em escolas privadas, sempre demonstrando uma inteligência precoce. Tornou-se escritor aos 15 anos, e logo assumiu um lugar excepcional na história da literatura ocidental, dominando todo o século XIX graças a sua fecunda genialidade e à diversidade de sua produção. Escreveu desde poesia lírica, satírica e épica, até romances e dramaturgia em prosa e em versos. Chegou a ser considerado poeta oficial da nação francesa. Em 1827 redigiu o famoso Prefácio de Cromwell, tido como o manifesto do movimento romântico na França. Outras de suas obras fundamentais são O Último Dia de Um Condenado (1829), Notre-Dame de Paris (1831) — ambas também publicadas por esta casa —, Os miseráveis (1862) e Os Trabalhadores do Mar (1866). No final da carreira, passou um longo período no exílio, por oposição ao império de Napoleão III. Faleceu em 22 de maio de 1885, em Paris.