A gansa, depois de um momento de silêncio, e constatando que ele começava a roncar, chamou-o:
— Não durma, Mestre Pedro, pois tenho muito o que falar com o senhor. A respeito de algo, acredite, muito interessante.
— Uaaah! — bocejou Pedro. — Está bem, mas não fale demais, pois estou com sono.
— Certo, Mestre Pedro. O senhor pode ver que sou uma gansa.
— Ora essa! — exclamou Pedro. — Vejo muito bem que a senhora é uma gansa. Uma gansa que me tirou do sono sem ter nada menos óbvio a dizer.
— Acalme-se, Mestre Pedro. Pois, além de ser uma gansa, sou uma fada.
— Oh! — exclamou Pedro, lembrando que, quando pequeno, sua mãe o embalava e fazia dormir com contos de fadas.
— Sou uma fada — continuou a gansa —, e cada ovo que boto concede àquele que o quebra a realização de um desejo.
Sobre o autor
Alexandre Dumas nasceu em 24 de julho de 1802, na região de Ville Cotterets, na França. Ainda criança, ficou órfão de pai. Sua mãe trabalhou em uma loja para sustentar a família. Mesmo assim, não conseguia arcar com os custos de tutores e escolas particulares para Dumas, que aprendeu a ler e a escrever em casa, com a mãe e a irmã. Leitor apaixonado, só entrou em uma escola aos 12 anos. Foi quando aprendeu latim, francês e gramática. Aos 20 anos, mudou-se para Paris. Lá, trabalhou como secretário e começou a ganhar fama escrevendo peças de teatro. Foi contratado por um grande jornal para escrever um folhetim – histórias que eram publicadas em capítulos para atrair leitores e, baseando-se em fatos reais, criou, em 1844, uma das histórias mais famosas de todos os tempos: ‘Os três mosqueteiros’. No mesmo ano, publicou a coletânea ‘O quebra-nozes e outros contos’, que incluiu ‘Pedro e a gansa mágica’. Dumas também é autor da obra ‘O conde de Monte Cristo’, outro grande clássico da literatura mundial. Ele faleceu em 5 de dezembro de 1870. Suas obras seguem sendo apreciadas e publicadas no mundo inteiro.