A ficção científica dá espaço para imaginar uma gama de futuros possíveis — não prevê-los, como pensam alguns, mas extrapolar possibilidades. Em Vislumbres de um futuro amargo, reunimos autores e ilustradores para imaginarem futuros baseados nas premissas
do físico Stephen Hawking — inteligência artificial, conquista do espaço, edição genética, mudança climática e contato com alienígenas. O resultado: os seis contos contidos nesta coletânea, cada um acompanhado de duas ilustrações exclusivas.
Em ‘Antônio do Outro Continente’, Anna Martino fala sobre as relações entre a Terra e as colônias nos satélites artificiais que parecem estranhas como nacionalismo e pátria quando se vive num pedaço de metal acima do planeta. Em ‘Corra, Alícia, Corra’, Lady Sybylla descreve a história de um futuro em que humanos vivem no subterrâneo e uma jovem sonha em ver a superfície do planeta.
Já Waldson Souza, em ‘Eletricidade em suas veias’, traz um conto afrofuturista com criaturas místicas e androides, passando pela evolução da sociedade humana. Lu Ain-Zaila traz alertas bem atuais relativos à segurança de dados e algoritmos que moldam nossas vidas, em uma aventura de tirar o fôlego no conto também afrofuturista ‘Eu, Algoritmo’.
Em ‘O Pingente’, Cláudia Fusco conta a história pelo ponto de vista de uma inteligência artificial responsável por cuidar de uma criança humana e acompanhar seu desenvolvimento, ficando no limiar entre uma máquina com funções específicas e uma amiga que faz parte da família. Por último, Roberto Fideli fecha a coletânea com ‘SIA está esperando’, uma emocionante história de uma nave de combate espacial que cai num planeta desconhecido e precisa salvar sua tripulação.
Sobre o autor
Anna Martino é mestre em Relações Internacionais pela University of East Anglia (Inglaterra), teve trabalhos interpretados na Radio BBC World e publicados em revistas como a britânica Litro. No Brasil, publicou textos em locais como Trasgo, Mafagafo, A Taverna, Mitografias e Faísca. Seu livro mais recente é Os Filhos do Pôr-do-Sol (Ed. Dame Blanche). Ela também escreve semanalmente na newsletter Anna Dixit. Você encontra mais informações sobre seu trabalho no site annamartino.com
Cláudia Fusco é professora, roteirista, jornalista, escritora e adoraria dar um pulo no século XXII pra ver como é. Ama histórias sobre inteligências artificiais, naves e futuros próximos, mas morria de medo de ET quando era criança. Torce para que a humanidade não derreta antes de visitar Marte. Tem histórias publicadas no Estadão, Superinteressante e Tempos Fantásticos.
Lady Sybylla é capitã da Frota Estelar, geógrafa e escritora. Fã do futuro, da ficção científica e viciada em literatura e Star Trek, organizou as coletâneas Universo Desconstruído I e II, além de ter publicado Deixe as estrelas falarem e Por uma vida menos ordinária, pela editora Dame Blanche. Também participou da coletânea Fractais Tropicais, com o melhor da ficção científica brasileira. Aguarda ansiosamente a chance de voltar para o seu planeta.
Lu Ain-Zaila é pseudônimo de Luciene M. Ernesto, da baixada fluminense do Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia/UERJ, escritora até o momento de duas obras afrofuturistas: a Duologia Brasil 2408 [(In)Verdades e (R)Evolução], sendo uma das primeiras autoras de ficção científica/afrofuturista na história da literatura nacional, e Sankofia (2018), um livro de contos afrofuturistas. Escreve artigos sobre afrofuturismo, imaginário sociorracial brasileiro e ficção especulativa (resenha, ensaios e pesquisas).
Roberto Fideli é escritor, revisor, professor e pesquisador de cultura pop. Dedica-se à escrita de histórias de ficção científica e fantasia, além de dar aulas de jornalismo geek. Sonserino com orgulho, ama Star Wars, é apaixonado por baleias e pelos quatro gatos que o adotaram. Tem um conto publicado na coletânea Histórias (mais ou menos) assustadoras (Magh, 2019) e vários outros trabalhos esperando para conhecer o mundo.
Waldson Souza é brasiliense, formado em Letras e mestre em literatura pela Un B. No mestrado escreveu dissertação intitulada Afrofuturismo: o futuro ancestral na literatura brasileira contemporânea. Seus trabalhos acadêmicos abordam questões sobre afrofuturismo, ficção especulativa e autoria negra. Já tentou dividir pesquisa acadêmica e escrita ficcional, mas logo aprendeu que os dois trabalhos, querendo ou não, influenciam um ao outro. Hoje essas duas partes coexistem e convivem pacificamente — pelo menos na maior parte do tempo. É autor de Oceanïc (Dame Blanche, 2019). Você pode encontrá-lo blog https://cosmicaviagem.wordpress.com