Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida. Com essa história mágica, sensível, comovente, às vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há 70 anos um dos maiores clássicos da literatura universal. Não há adulto que não se comova ao se lembrar de quando o leu quando criança. Trata-se da maior obra existencialista do século XX, segundo Martin Heidegger. Livro mais traduzido da história, depois do Alcorão e da Bíblia, ele agora chega ao Brasil em nova edição, completa, enriquecida com um caderno ilustrado sobre a obra e a curta e trágica vida do autor.
Sobre o autor
Antoine, ou melhor, Jean‑Baptiste Marie Roger Pierre de Saint‑Exupery, nasceu em 1900, na cidade de Lyon. Seu pai era o conde Jean de Saint‑Exupery, e sua mãe, a doce Marie Foscolome, também de origem nobre. O patriarca morreu precocemente num acidente ferroviário e Marie tomou para si a responsabilidade de educar os quatro filhos: Marie -Madeleine, Simone, Gabrielle, Antoine e François. É no castelo Saint -Maurice de Rémens, rodeado de uma floresta de pinheiros negros, que Antoine e seus irmãos irão crescer.
Ao completar 17 anos, Antoine já tinha passado por diversas escolas, nas quais ganhou a fama de distraído. Sua inteligência e criatividade, porém, são incontestáveis. Incerto quanto ao futuro, Antoine tenta entrar na escola naval, mas é recusado. Curiosamente, sua nota em redação foi muito baixa. O tema? ‘Impressões de um soldado voltando da guerra’. Reza a lenda que ele escreveu na folha de resposta: ‘Eu não fui à guerra, então acho que não posso falar nada ‘fingido”.
Em 1921, é chamado para a Força Aérea da França, mas devido a seu conhecimento em mecânica, fica no solo, consertando os aviões, o que lhe causa grande decepção. Resolve, então, fazer um curso sério de aviação por conta própria. Tudo certinho, como manda o figurino, mas Saint-Exupéry é um jovem impaciente. Na primeira oportunidade, enfastiado das explicações teóricas, aproveita um minuto de distração do instrutor e decola sozinho. O teimoso piloto faz uma aterrissagem aos solavancos. A cabine começa a pegar fogo, a fumaça negra sobe. Mas Saint‑Exupery, milagrosamente, está são e salvo, orgulhoso, mas encrencado. Vai passar duas semanas na prisão. Consegue seu brevê de piloto no ano seguinte, mesma época em que é dispensado do exército, com a patente de subtenente.
Antoine de Saint‑Exupery além do clássico O Pequeno Príncipe escreveu também: L’Aviateur (O aviador) – 1926 , Courrier sud (Correio do Sul) – 1929, Vol de nuit (Voo Noturno) – 1931, Terre des hommes (Terra dos Homens) – 1939, Pilote de guerre (Piloto de Guerra) – 1942, Lettre à un otage (Carta a um refém) – 1943/1944 e Citadelle (Cidadela) – 1948