Publicado há quase meio milênio, este é um dos textos mais alarmantes jamais escritos. O frei espanhol Bartolomé de Las Casas (1474-1566) chegou à ilha Espanhola (hoje República Dominicana), nos primeiros ano do século XVI, para representar a Igreja e converter os gentios do Novo Mundo. Inconformado com seus compatriotas – que discursavam sobre a alma dos indígenas, mas na verdade se interessavam apenas por espoliá-los –, decidiu dedicar sua vida à defesa dos povos originários.
O presente volume traz o relato de quem presenciou e combateu iniquidades inúmeras na América Central e no Caribe na primeira fase da ocupação espanhola. Eis a pungente descrição do, possivelmente, maior genocídio perpetrado na história. Uma obra comovente, atual e seminal, que determinou a percepção sobre um dos períodos mais sanguinolentos da humanidade.
Sobre o autor
Bartolomé de Las Casas (1474-1566) nasceu em Sevilha, em data incerta. Viajou à República Dominicana em 1502 e lsá morou por quatro anos. De volta à Europa, foi ordenado em 1507. Em novembro de 1511, novamente no Novo Mundo, ouviu um sermão do padre Antonio de Montesinos, no qual criticava os conquistadores e defendia os indígenas. Em 1513 acompanhou um conquistador espanhol a Cuba, onde presenciou massacres terríveis. Decidiu abrir mão de suas posses (que incluía lotes de indígenas) e dedicar sua vida à defesa deles. Na década de 1520, tentou um projeto de colonização pacífica na atual Venezuela, que fracassou. Em 1543 foi apontado bispo de Chiapa, no México, mas três anos depois voltou à Espanha. A partir de 1550, envolveu-se num debate teológico, contrariando a ideia da ‘servidão natural’ dos indígenas – no que saiu vitorioso. Morreu em Madri. Além da ‘Brevíssima relação da destruição das Índias Ocidentais’ (1552), ‘Apologética história, sobre os acontecidos na América desde 1492 até 1520’, é uma de suas obras mais conhecidas.