Janelas Abertas reúne grandes nomes das artes e da cultura contemporâneas em conversas que têm a arte, a política e a vida como ponto de partida. Organizado por Eleonora Fabião e Adriana Schneider, professoras da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o livro é um desdobramento de uma série de encontros semanais que reunia, virtualmente, uma audiência em torno de duplas de intelectuais e artistas, abrindo as janelas encerradas pelo isolamento provocado pela pandemia que teve início em 2020. O resultado é um mosaico polifônico e atemporal de ideias sobre cultura, sociedade, o papel de cada um no mundo e o impacto das mudanças no planeta nos modos de existência, na arte, no escrever e no performar.
São diálogos entre 42 convidados e convidadas, professoras e professores, artistas, pesquisadores e pesquisadoras, curadoras e curadores, mestras e mestres de saberes tradicionais e estudantes, muitos deles com interlocuções intelectuais e artísticas de muitos anos: Leda Maria Martins e Marcio Abreu; Cabelo e Gabriela Gusmão; André Lepecki e José Fernando Azevedo; Carla Guagliardi e Keyna Eleison; Tania Rivera e Vladimir Safatle; Danielle Almeida e Max Jorge Hinderer Cruz; Francisco Mallmann e Miro Spinelli; Luiz Rufino e Thiago Florencio; Grace Passô e Ricardo Aleixo; Carmen Luz e Silvia Soter; Arto Lindsay e Barbara Browning; Amilcar Packer e Negro Leo; Jaciara Augusto Martim e Valéria Macedo; Enrique Diaz e Mariana Lima; Luiz Camillo Osorio e Patrick Pessoa, além de uma roda de conversa entre os 12 integrantes do Núcleo Experimental de Performance (NEP), da UFRJ, encerrando a série com o diálogo entre as duas organizadoras sobre o projeto e seus efeitos.
Seguindo um programa perfomativo, as conversas aconteciam às quartas-feiras, sempre às 17 horas – ‘no meio do meio da semana, na hora do lusco-fusco, enquanto o sol se põe e as luzes das telas acendem as casas’. Embora transmitidos pelo You Tube, os encontros não ficavam disponíveis na plataforma: como se fossem, eles mesmos, performances, tinham um caráter de efêmero, como um acontecimento que só pode ser pensado a partir da relação e no encontro – com suas especificidades e materialidades. Agora transcritos, esses diálogos transcendem o período em que se realizaram e apontam para o futuro. Assim como aconteceu durante quase quatro meses de transmissões ao vivo, Janelas Abertas, o livro, instiga, encanta, acolhe e provoca.
Sobre o autor
Eleonora Fabião é performer e teórica da performance. Realiza ações, exposições, palestras, leciona e publica nacional e internacionalmente. Performa em contextos diversos — galerias, teatros, bienais, festivais e, sobretudo, nas ruas. Coisas que precisam ser feitas (Performa Biennial, Nova York 2015) é o título de um trabalho e, também, um modo de referir-se à prática. Professora do Curso de Direção Teatral e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Possui doutorado e mestrado em Estudos da Performance pela New York University (NYU) e mestrado em História Social da Cultura pela PUC-Rio. Realizou pós-doutorado na NYU. Em 2015, publicou AÇÕES/ACTIONS com o apoio do Programa Rumos Itaú Cultural e em 2021 foi lançado o livro ARTE BRA Eleonora Fabião, pela Automatica Edições. É pesquisadora CNPq nível 2.
Adriana Schneider é artista, atriz, diretora e pesquisadora de teatro. Professora do Curso de Direção Teatral e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Possui doutorado em Ciências Humanas (Antropologia Cultural) pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (IFCS-UFRJ) com estágio doutoral na Freie Universität Berlin e mestrado em Teatro pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (Unirio). Realizou pesquisa de pós-doutorado na Universität Bonn e é membra da Akademie der Künste der Welt, Köln [Academia das Artes do Mundo, Colônia]. É integrante do Coletivo Bonobando, Grupo Pedras de Teatro, Muda Outras Economias e Boi Cascudo.