História e desenvolvimento inaugura uma série de publicações do historiador marxista Caio Prado Júnior que a Boitempo publicará ao longo dos próximos anos, sob coordenação de Luiz Bernardo Pericás. Caio Prado escreveu esse texto em formato de tese em 1968, com o objetivo de concorrer à cátedra de história da Universidade de São Paulo e incentivado por Sérgio Buarque de Holanda. Censurado pelo AI-5, o concurso foi cancelado, e a obra se viu publicada apenas quatro anos depois.
Com uma maestria que poucos detém, Caio Prado navega com facilidade pelos temas da economia política, entrelaçando-os à história, e contesta, nesta obra, a adequação da política econômica à época para um ‘real progresso’ do Brasil e sua população. Para ele, o desenvolvimento e o crescimento econômicos constituem temas essencialmente históricos que teriam sido monopolizados de modo indevido pela economia.
Esta nova edição de História e desenvolvimento conta com a introdução do autor escrita para a edição de 1972 e o consagrado prefácio de Florestan Fernandes para a edição de 1989; além de inéditos texto de orelha do historiador Fernando Novais, quarta capa do cientista político Paulo Sérgio Pinheiro e posfácio da economista Leda Paulani: ‘Caio Prado foi certamente o primeiro pensador que, embasando a economia política na história, ou a história na economia política, logrou desvendar a força dos impulsos que a sustentam’, aponta Paulani.
Sobre o autor
Caio da Silva Prado Júnior nasceu em São Paulo, no dia 11 de fevereiro de 1907. Em 1928, tornou-se bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Em 1935, tornou-se presidente regional da Aliança Nacional Libertadora (ANL) em São Paulo. Foi preso no fim do mesmo ano. Libertado em 1937, partiu para a Europa, de onde retornou em 1939. Em 1943, junto a outros, fundou a editora Brasiliense. Eleito deputado estadual pelo PCB em 1947, tem seu mandato cassado no ano seguinte, sendo encarcerado por quase três meses. Em 1969 foi indiciado por ‘incitação subversiva’. Depois de se exilar por alguns meses no Chile, retornou ao Brasil. Em 1970 foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão e libertado em agosto de 1971. Faleceu no dia 23 de novembro de 1990. Publicou, entre outros, os livros Evolução política do Brasil (1933), Formação do Brasil contemporâneo (1942), História econômica do Brasil (1945), A revolução brasileira (1966) e História e desenvolvimento (1972).