‘Grandes Esperanças’ é considerado uma das obras-primas de Charles Dickens (1812-1870). Dividido em três partes, discutindo a bondade, a culpa e o desejo de seus personagens, o romance originalmente foi escrito como um folhetim e publicado na revista literária semanal ‘All the Year Round’, de propriedade do próprio Dickens, entre 1860 e 1861, sendo, posteriormente, publicado em três volumes pela editora Chapman & Hall, de Londres. ‘Grandes Esperanças’ é um romance de redenção e perdão de seus protagonistas: narra a história de Pip, órfão criado pela irmã e seu cunhado em um ambiente de pobreza. Aos seis anos, Pip comete um crime: ajudar Magwitch, um fugitivo da prisão, a escapar da polícia nas charnecas inglesas, fato que marcaria profundamente seu futuro. Por intermédio do tio de seu cunhado, Pip consegue um emprego na mansão de Miss Havisham como garoto de companhia; lá, conhece Estella, o advogado Mr. Jaggers e outros parentes da solitária e amargurada senhorita. A vida de Pip é radicalmente alterada logo após Pip deixar os serviços de Miss Havisham, ao ser informado por Mr. Jaggers que um misterioso benfeitor financiará sua educação em Londres, que passa a contar então com grandes esperanças com relação ao seu futuro. Sua mudança para Londres, o esforço em se tornar um cavalheiro e os dilemas morais tornam este romance de Charles Dickens uma leitura profunda e inesquecível. Charles Dickens ainda aborda questões envolvendo a justiça, o racismo, a escravidão e o alcance do Império Britânico. As ‘Grandes Esperanças’ do título revelam a ironia e a maestria de Charles Dickens ao narrar o desenvolvimento da história: ao mesmo tempo em que elas são o norte e o guia para o futuro do jovem Pip, transformam-se no elemento que determinarão seu futuro. ‘Grandes Esperanças’ revela ainda a compreensão suave e amarga que Charles Dickens tinha dos nossos mais profundos dilemas, nascidos das nossas obsessões e de as nossas ilusões.
Sobre o autor
Charles Dickens (1812-1870) foi o mais popular dos romancistas da era vitoriana e contribuiu para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa. A fama dos seus romances e contos pode ser comprovada pelo fato de todos os seus livros continuarem a serem editados ininterruptamente. Entre as suas maiores obras destacam-se ‘Oliver Twist’, ‘Grandes Esperanças’, ‘Um Cântico de Natal’ e ‘David Copperfield’. A partir de então, passa a publicar em folhetins semanais, uma de suas principais obras – ‘Oliver Twist’ – onde pela primeira vez, aponta os males sociais da era vitoriana. Suas próximas obras lançadas foram ‘Vida e Aventura de Nicholas Nickleby’, e, depois, ‘A Velha Loja de Antiguidades’ (1840), ‘Barnaby Rudge’ (1841) e ‘Martin Chuzzlewitt’ (1843/44), escrito após uma viagem aos Estados Unidos da América. Em 1843, publicou o seu mais famoso livro de Natal, ‘Um Cântico de Natal’, ao qual se seguiriam outros, como ‘The Chimes’ (1844), que escreveu durante uma viagem a Gênova e ‘O Grilo na Lareira’ (1845). Em 1849 publicou um de seus mais conhecidos romances, ‘David Copperfield’, inspirado em grande parte, em sua própria vida. A partir da década de 1850, torna-se editor de duas revistas literárias inglesas, a Household Words e sua sucessora All the Year Around (1859-1895) onde publicou algumas de suas mais famosas obras entre elas, ‘História de Duas Cidades’ (1859), ‘Grandes Esperanças’ (1861) e ‘Nosso Amigo em Comum’ (1864) e teve como colaboradores importantes escritores de seu tempo, como Elizabeth Gaskell, Wilkie Collins e Edmund H. Yates. Aos poucos sua obra se tornou mais crítica em relação às instituições inglesas, ao publicar ‘A Casa Sombria’ (1852) e ‘Tempos Difíceis’. Nos últimos anos de sua vida Charles Dickens empreendeu uma série de viagens, realizando leituras de suas obras em conferências por toda a Inglaterra, Escócia e Estados Unidos. Após um acidente de trem, em 1865, Dickens começou a sofrer de pequenos derrames cerebrais até o derradeiro, que ocorreu à porta de sua residência. Suas últimas palavras foram dirigidas aos seus empregados, que vieram lhe socorrer para que seu corpo fosse colocado no chão. Dickens deixou inacabado o livro ‘O Mistério de Erwin Drood’.