Giordano Bruno faz parte do rol de pensadores que se destacaram como representantes das novas correntes do Renascimento, que instauraram uma concepção moderna do mundo, racional e antidogmática. Filósofo de intuições geniais e talentoso escritor de humor afiado, Bruno foi contestado e aclamado na mesma medida por séculos. A edição das Obras Italianas, traz ao público brasileiro o tempo, a obra e a personalidade de um nome inescapável da cultura ocidental. QUARTA-CAPA Obras Italianas reúne, pela primeira vez no Brasil, os textos remanescentes de Giordano Bruno escritos em seu idioma materno. Vivendo em uma época em que protestantes e católicos disputavam, a custo de muito sangue, cada palmo e cada alma da Europa, Bruno representou uma outra corrente: a de Nicolau Copérnico e da Revolução Científica do século XVI, antecipando Descartes, Spinoza, Leibniz e Galileu. Foi na Inglaterra, após uma contenda com estudiosos da Universidade de Oxford que ele escreveu os diálogos que compõem esta coletânea. Bruno foi além de Copérnico: não só defendeu a teoria heliocêntrica, mas que o universo é infinito, e que a Bíblia ensina moral, não cosmologia. Ele atacou o pedantismo de Oxford, o salvacionismo protestante, as superstições e visões de mundo de sua época. O humor sarcástico – que o leitor poderá saborear ao longo destas páginas, principalmente Castiçal –, a atitude arrogante e desafiadora, o transformaram num apóstata e num mártir. Seu brilho, contudo, não vem da fogueira a que foi condenado, mas de suas ideias que ainda hoje dão frutos.
Sobre o autor
Nascido Filippo Bruno em 1548, em Nola, cidade próxima a Nápoles, foi um religioso católico italiano, da ordem dos dominicanos. Suas obras, tratando de temas filosóficos, matemáticos e teológicos lhe renderam muitos problemas com a Igreja. Defendia a teoria heliocêntrica, afirmava a existência de outros mundos, de um universo infinito e em seu misticismo questionava dogmas religiosos estabelecidos (e ainda hoje vigentes). Impenitente, passou oito anos preso antes de ser queimado vivo num auto-de-fé em 17 de fevereiro de 1600 no Campo de’ Fiori, em Roma, onde o Santo Ofício costumava queimar os livros e os seus autores.