O naturalismo não chegou atrasado ao Brasil, diferentemente do que as histórias da literatura normalmente afirmam. Pelo contrário, o debate que o antecedeu e do qual participou, pela negativa, Machado de Assis aconteceu aqui antes da vaga de internacionalização do naturalismo pelo mundo, iniciada com ‘L’assommoir’ (1877), de Émile Zola. E rendeu obras que foram muito além da mera reprodução de um modelo francês. Este trabalho recupera aspectos fundamentais do debate sobre o naturalismo no Brasil e no mundo e analisa em profundidade romances de Aluísio Azevedo, com destaque para ‘O cortiço’, Júlio Ribeiro, Adolfo Caminha e outros escritores que fizeram do movimento a estética dominante da cena literária brasileira do final do século 19.
Sobre o autor
Haroldo Ceravolo Sereza, graduado em jornalismo e letras, doutorou-se no programa de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo e é professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Litertura da Universidade Federal de São Carlos.