Absolvido de um crime passional, o jovem jornalista Caiá vai viver na selva trabalhando para o Serviço de Proteção aos Índios. Transferido para um posto avançado no Alto Xingu e contando apenas com a companhia de um garoto indígena, vive com o medo constante de um ataque dos indígenas txucarramães.
Uma epidemia de gripe dizima grande parte da população da reserva mantida pelos irmãos Villas-Bôas. Isolado na selva, entrega-se à bebida e, em delírios alcoólicos, acredita estar sendo vítima de um ataque dos txucarramães, matando-se com um tiro no peito.
A narrativa de Arraia de fogo retrata a política indigenista dos tempos que precederam a fundação do Parque Nacional do Xingu, sonho dos irmãos sertanistas Orlando e Cláudio Villas-Bôas, transformados em personagens do livro.
Sobre o autor
José Mauro de Vasconcelos nasceu em 26 de fevereiro de 1920, em Bangu, no Rio de Janeiro. Foi um dos onze filhos de uma família muito pobre. Passou a infância com uns tios em Natal, aprendeu a ler sozinho e com nove anos já ganhava campeonatos de natação e futebol. Por conta do seu espírito irrequieto, tentou fazer vários cursos: dois anos de Medicina, principiou Desenho, Direito e Filosofia. Teve uma vida muito intensa — trabalhou como pescador, professor, modelo, bailarino, garçom e ator de cinema, teatro e televisão. Viajou pela Europa e por todo o Brasil, acompanhando os irmãos Villas-Bôas. Suas inúmeras experiências e a prodigiosa capacidade de contar histórias deram a Zé Mauro muitas de suas personagens e muitos dos cenários de suas obras. Ele dizia que ‘a literatura é a arte mais difícil, porque a palavra tem que dar ao todo as cores e as nuanças da pintura, o som e a harmonia da música, o movimento. Escrever é a maneira que encontrei para transmitir minhas vivências, o bem e o mal, e um sentimento que anda muito esquecido: a ternura. E a vida sem ternura não vale nada’. O escritor morreu em São Paulo, em 24 de julho de 1984.