Ana Mendieta é uma das mais celebradas artistas de sua geração e um símbolo da luta das mulheres contra o patriarcado. O livro de Karina Bidaseca, fruto de uma pesquisa profunda, é um verdadeiro manifesto em sua investigação dos rastros da vida e da obra da artista. Neste momento em que os debates feministas decoloniais têm se intensificado, é um modo de aproximar o legado de Mendieta das produções artísticas brasileiras. O diálogo com a terra, com o sagrado, e o papel dos rituais na performance artística remetem ao modo como as mulheres latino-americanas, herdeiras de uma episteme ameríndia e afrodiaspórica, buscam na arte uma experiência estética sensível, política, ativista e de crítica aos modelos de arte ocidentocêntricos.
Tabela de Conteúdo
7Apresentação à edição brasileira
13Prefácio das tradutoras Caroline Marim, Raísa Inocêncio Lima e Susana de Castro
17Ana Mendieta, in memoriam
33Corpas
[Dra. Rosa Campoalegre Septien]
37Vazio
OS QUATRO ELEMENTOS
ÁGUA
43O mar é história
45Pássaro de oceano
TERRA
51Cuba
53Vaginas
57A ilha. Corpos entre terra-mar
61Tornando-se Caribenho
65Portas sem retorno
73AMEFRICANAMENDIETA
75Respiração do pasto
AR
81Tornar-se pássaro
85Oxímoro
FUEGO
91Introdução
95Tornar-se Mendietas. Tornar-se multiplicidades
101Jungle, obra incompleta
103O Jardim Crioulo. Édouard Glissant
105BIBLIOGRAFÍA
109DOCUMENTA
117ARTE E POLÍTICA, por Ana Mendieta
Sobre o autor
Karina Bidaseca é professora da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires desde 1995; professora titular do EIDAES/Universidad Nacional de San Martín no Nu SUR. Dirige o Programa CLACSO Sul-Sul e as Especializações em Epistemologias do Sul em aliança entre o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Flacso Brasil e Estudos Afro-Latino-Americanos e Caribenhos de CLACSO, e o Programa em pesquisa e capacitação em sistemas agroecológicos andinos, Fundación Mc Knight/Minnesota e CLACSO.
Bolsista do Fundo Nacional das Artes for ‘Pájaros del océano. Ana Mendieta: Una plataforma para descolonizar el arte y el feminismo.’ Em 2020 fez parte da equipe curatorial da exposição ‘Cartas a Ana Mendieta’, exibida em quatro museus. Pesquisadora principal do CONICET e pesquisadora convidada do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto e da Universidade das Baleares.
Escreveu mais de vinte livros sobre teorias feministas, estudos pós-coloniais e decoloniais, feminismos e artivismo multiespécies, que foram traduzidos para o inglês, francês, russo, italiano e português.