Um verdadeiro anti-herói, Policarpo traz de nascença a marca do destino: seu ‘triste fim’ já está no nome, a Quaresma, intermezzo do carnaval e da paixão de Cristo. Considerado por diversos críticos como o maior romance do pré-modernismo brasileiro, a obra narra as desventuras de Policarpo e sua atitude peculiar muitas vezes incompreendida. Ao longo de toda a narrativa, quem lhe faz contraponto é Ricardo ‘Coração dos outros’, a seu lado desde a alegria do momento inicial – as aulas de violão em domicílio – até a desdita da morte anunciada.
Sobre o autor
O escritor e jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro. Órfão de mãe na infância e com o pai sofrendo de transtornos mentais, a responsabilidade pelo sustento da família ficou nas mãos de Lima Barreto. Iniciou, portanto, carreira burocrática na Secretaria de Guerra, em 1903, mesma época em que começou a colaborar com artigos e crônicas para os periódicos Correio da Manhã, Jornal do Commercio e A Gazeta da Tarde. Seu primeiro romance, Recordações do escrivão Isaías Caminha, foi publicado em formato de folhetim na revista Floreal, fundada por ele. Sua obra mais célebre, Triste fim de Policarpo Quaresma, foi lançada em livro em 1915. Por essa época o autor sofreu suas crises mais graves decorrentes do alcoolismo e da depressão e passou dois meses internado no Hospício Nacional de Alienados. Quatro anos depois, ele se aposentou, por invalidez, do seu cargo na Secretaria de Guerra. É também autor de Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, Os Bruzundangas,